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Skatistas reivindicam plano de desenvolvimento do esporte na Serra

Sucesso nas Olimpíadas colocou skate em evidência, mas praticantes ainda lutam por políticas públicas e melhores estruturas

Com sua estreia nas Olimpíadas, o skate ganhou grande destaque na última semana, tanto a nível internacional como no Brasil, já que o país saiu do evento com duas medalhas de prata, para Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, a Fadinha, que se tornou sensação por ser a mais jovem medalhista brasileira da história, aos 13 anos.

No mesmo dia em que o esporte debutava nos Jogos Olímpicos e os atletas competiam no Japão, do outro lado do mundo, no município capixaba da Serra, skatistas se reuniam para propor um plano municipal para fomentar a prática na cidade. No bairro Serra Dourada, um dos berços do esporte no Espírito Santo, um grupo elaborou um esboço para um Plano de Fomento e Desenvolvimento do Skate na Serra.

Divulgação/Tiago 8

O grupo, que envolve skatistas de diversos bairros, a Associação dos Skatistas da Serra e Associação Capixaba de Skate, fez um levantamento das pistas existentes no município, apontando o retrocessos na gestão do ex-prefeito Audifax Barcelos (Rede), quando foram destruídas oito pistas, nos bairros Jardim Bela Vista, Jardim Tropical, José de Anchieta, Laranjeiras, Pitanga, Jacaraípe, Valparaíso, Vista da Serra 1, e construída apenas uma nova pista, em Jardim Carapina, além de uma pista construída pela Vale em Bicanga.

Atualmente contam-se 22 pistas, o que torna um dos municípios com maior número de espaços para prática. Porém, a avaliação dos skatistas considera apenas a pista de Bicanga como excelente, enquanto quatro foram classificadas como boas (Serra Dourada 2 e 3, Manguinhos e Porto Canoa). A maioria das pistas, 17, foi considerada em condições de ruins a péssimas. Além de solicitarem reformas em diversas pistas, a proposta do plano é a criação de novos projetos de pistas para o Parque da Cidade e os bairros Jacaraípe, Planalto Serrano e Serra Sede.

Outro ponto é a defesa da participação da Associação de Skatistas da Serra nas decisões que envolvem o esporte na cidade. Isso inclui os processos de criação e reforma de pistas, em que pedem que além de serem consultados, se possam contratar empresas especializadas para construções do tipo, como é o caso que aconteceu no Atlântica Parque, em Vitória.

Divulgação

Mas a plataforma reivindicativa não se resume aos locais para prática do esporte. Também pede-se a criação de um programa de incentivo a Escolinhas de Skate, que contribuam para a formação de jovens, e também a elaboração de um calendário de eventos no município. As propostas foram apresentadas a Thiago Carreiro, vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, que se comprometeu a analisar e complementar o plano de propostas.

“Uma aspecto importante da prática do skate é a coletividade. Tanto que nas Olimpíadas, que é um evento de caráter competitivo, muitos estranhavam o fato de que os atletas aplaudiam os adversários, se cumprimentavam. Então por um lado tem esse aspecto de coletividade e, por outro, a necessidade de determinação, de tentar várias vezes até acertar as manobras. Quem pratica entende as dificuldades”, diz Sebastião Câncio, um dos skatistas envolvidos nos debates na Serra, que destaca o skate como uma representação esportiva da cultura urbana, com grande proximidade com o movimento hip hop e outros.

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