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Trabalhadores da Aracruz Celulose (Fibria) criam canal direto de denúncias

Depois da morte de um portuário no Terminal Especializado da Barra do Riacho (Portocel) da Aracruz Celulose (Fibria), ocorrido em 26 de setembro, e de um grave acidente na fábrica da empresa 16 horas depois, os trabalhadores da empresa criaram um canal de denúncias sobre os riscos e condições de trabalho no local. 

 
Os trabalhadores criaram um e-mail para que as denúncias sejam remetidas, independente do Sindicato dos Trabalhadores Papeleiros e Químicos do Estado (Sinticel). A primeira denúncia encaminhada dá a dimensão do risco a que os trabalhadores são submetidos na empresa. 
 
A denúncia relata que o acidente ocorrido no pátio de madeiras na noite do dia 26 de setembro foi a gota d’água para os trabalhadores. Ela aponta que a segurança só é prioridade enquanto não afetar a produção e os custos. O trabalhador também relaciona a cadeia de pressão que é feita para a liberação de equipamentos, o que contribui para o risco de acidentes. 
 
Ele diz que a pressão vem do gerente da fábrica, que passa para o gerente de área, daí para o coordenador de turno, que pressiona os coordenadores e assistentes técnicos que pressionam os operadores de painel. Estes passam a pressionar o elo mais fraco da cadeia, que são os operadores de área, que são em maioria jovens. 
 
O trabalhador também denuncia a situação da caldeira que, apesar de ter a altura de um prédio, não tem elevador para fazer o transporte dos funcionários. Os mecânicos que fazem a manutenção no equipamento sobem e descem a caldeira com ferramentas pesadas, o que acaba por gerar lesões. 
 
O Sinticel também deve passar a receber as denúncias encaminhadas ao correio eletrônico, como forma de dar divulgação aos relatos feitos anonimamente pelos trabalhadores. 

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