Categoria, que reivindica prioridade na vacinação contra Covid-19, tem reunião marcada com a Sesa
Profissionais da limpeza pública e asseio de conservação de empresas da Grande Vitória não descartam a possibilidade de nova paralisação no início de maio, caso a reivindicação de inclusão entre os grupos prioritários para vacinação contra Covid-19 não seja atendida pelo governo do Estado.
A categoria tem reunião marcada para o próximo dia três com representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), agendada depois de uma manifestação realizada nessa segunda-feira (19), que resultou no primeiro diálogo entre a gestão estadual e o Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores em Empresas Prestadoras de Serviços de Asseio, Conservação, Limpeza Pública Urbana e Privada, Conservação de Áreas Verdes, Aterros Sanitários e Transbordo e de Prestação de Serviços em Portarias e Recepções do Estado (Sindilimpe-ES).
A entidade sindical contabiliza que, na manifestação dessa segunda, 1,3 mil trabalhadores se concentraram na cruz da Praça do Papa, na Enseada do Suá, em Vitória, onde fizeram um café da manhã coletivo, seguindo, posteriormente, para a Sesa, sendo recebidos por representantes do secretaria.
Em entrevista coletiva realizada nessa segunda-feira, cerca de duas horas após o término da reunião entre a Sesa e o Sindilimpe, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, não mencionou o ato dos trabalhadores da limpeza, mas se pronunciou a respeito das reivindicações feitas por diversas categorias para que sejam inclusas na prioridade para vacinação.
“Achamos justa qualquer solicitação de antecipação de vacinas por parte de alguns grupos e categorias. Mas destacamos que o país deveria ter adotado a compra de toda a vacina disponível para venda no ano passado e este ano. Há pouca disponibilidade de doses. Aumentando a disponibilidade, poderemos avançar na imunização de outros grupos”, destacou.
Outras categorias têm reivindicado prioridade na vacinação. Isso motivou, no dia 13 de abril, que os motoristas, mobilizados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Espírito Santo (Sindirodoviários), também fizessem uma paralisação. O diretor da entidade, Valdecy Dulcilina, afirma que, durante toda a crise sanitária, cerca de 30 rodoviários morreram e que, atualmente, vários estão internados. De acordo com ele, essa situação tem deixado os trabalhadores assustados. Ele questiona a inclusão somente de algumas categorias profissionais entre os grupos prioritários.
A inclusão dos rodoviários no grupo prioritário para vacinação tem sido pleiteada também pelas centrais sindicais. Entre as reivindicações feitas na reunião com o governador Renato Casagrande, em oito de abril, estava não somente a vacinação dessa categoria, mas também a dos eletricistas da EDP, funcionários dos Correios, trabalhadores de postos de combustível, bancários, comerciários, ferroviários e motoboys que fazem entrega por meio de aplicativo, além de pessoas que trabalham na limpeza pública e no saneamento.
Indicação aprovada
Entre as muitas indicações dos deputados estaduais para inclusão de categorias profissionais em grupos prioritários, está a de Bruno Lamas (PSB), que defende que os trabalhadores da limpeza também tenham prioridade na imunização. A proposta foi aprovada na Assembleia Legislativa na última terça-feira (13).
“Os garis, ao lado dos profissionais de Segurança e da Educação, prestam serviços essenciais à população. A paralisação dos serviços de varrição e coleta pública de dejetos são capazes de gerar graves problemas sanitários, além daqueles decorrentes da pandemia. Desse modo, há uma urgência, de primeira ordem, na vacinação desses profissionais, como forma de evitar a paralisação de seus serviços”, justificou o deputado.