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Trabalhadores dos Correios decidem por suspensão da greve até dissídio coletivo

Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em todo o país decidiram suspender a paralisação iniciada às 22h do dia 10, atendendo a pedido do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que marcou o julgamento do dissídio coletivo para 2 de outubro. Até lá, a categoria – que tem data-base em 1º de agosto – se mantém em estado de greve. A decisão foi acolhida pela categoria no Espírito Santo, que também realizou uma assembleia local. 

Durante os dias de paralisação, houve mobilização dos trabalhadores capixabas, que resultou em diversos piquetes e atos públicos por todo o Estado, iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos do Estado do Espírito Santo (SINTECT-ES), que usou como estratégia o diálogo com a população para discutir a importância da ECT como uma empresa pública.

 

Para Fischer Moreira, presidente do SINTECT-ES, “foi uma greve de resistência, que mostrou que a categoria tem força e pode conseguir mais”. Segundo ele, desde os primeiros dias de paralisação o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Espírito Santo realizou diversas atividades para buscar conversar com a população sobre a importância da ECT e suas atividades para a garantia da cidadania. Na manhã dessa terça-feira (17), o sindicato promoveu uma ação solidária de doação de sangue no Hemoes, em Vitória, onde os trabalhadores aproveitaram para panfletar e defender os Correios.

Pouco antes da assembleia que definiu a suspensão da greve no estado, na noite dessa terça-feira (17), dirigentes do SINTECT-ES também participaram de uma audiência pública na Câmara de Vereadores da Serra, que contou com representantes de outras categorias e lideranças comunitárias para debater os impactos da privatização para as diversas regiões do município. 

O SINTECT-ES também está reunindo assinaturas contra a privatização dos Correios e panfletando um material próprio com esclarecimentos sobre a empresa e o impacto de uma possível venda da estatal. As ações têm acontecido em diversos pontos da Região Metropolitana, mas a ideia é ampliar para o interior.

Já a Federação Nacional, Fendetc, por meio de nota, disse que “a unidade da categoria ecetista tem sido fundamental para a construção desta que é a maior greve da história recente dos trabalhadores dos Correios”, diz a entidade, que coordena a campanha salarial nacional. “Com essa gigantesca mobilização nacional e com a repercussão da greve, (os funcionários da ECT) conseguiram fazer a direção dos Correios e governo federal recuarem da intransigência assumida nas negociações, mas ainda há muito a ser feito.”

No último dia 12, a federação participou de audiência no TST, depois que os Correios entraram com pedido de dissídio coletivo. Com o impasse, o ministro Mauricio Godinho Delgado propôs prorrogar o acordo coletivo até o julgamento. A empresa concordou, desde que a greve fosse suspensa. Assembleias realizadas nas bases ratificaram a decisão, e agora a expectativa é pelo posicionamento do tribunal. A Fentect “orienta que os sindicatos se mantenham alertas e continuem a mobilizar contra a venda dos Correios e contra a tentativa de retirada de direitos da classe trabalhadora”.

Para a Findect, a postura intransigente da ECT “só foi quebrada com a deflagração da greve, uma das maiores já realizadas pelos trabalhadores dos Correios em sua história”. A federação lembra que a companhia insiste em apresentar proposta de reajuste abaixo da inflação e alterar 45 cláusulas da convenção coletiva.

Os Correios afirmam que a paralisação foi parcial e que a empresa pôs em prática “um plano de continuidade de negócios, que estabelece ações de contingência para amenizar eventuais impactos à população”. Essas ações, diz a ECT, “continuarão a ser empregadas até que as entregas sejam normalizadas”.

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