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Trabalhadores dos Correios realizam carreata nesta sexta-feira em Vitória

Os trabalhadores estão em greve contra a privatização da empresa e pela manutenção do Acordo Coletivo aprovado em 2019

Os trabalhadores dos Correios farão uma carreata em Vitória nesta sexta-feira (11), que sairá do Tancredão, na Ilha do Príncipe, rumo à agência Central, que fica na Avenida Leitão da Silva. Com concentração às 8h30, a manifestação tem como objetivo dialogar com a sociedade sobre as reivindicações da categoria, que está em greve desde 18 de agosto.

Outro objetivo, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Prestadoras de Serviços Postais, Telegráficos e Similares do Espírito Santo (Sintect-ES), Antônio José Alves Braga, é pressionar para que os Correios finalmente se disponham a dialogar com a categoria. Ele afirma que as manifestações acontecerão em todo o Brasil, por ser o dia para o qual está marcada a reunião de mediação entre representantes dos trabalhadores e da empresa, confirmada pela relatora do dissídio, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Katia Arruda. 

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), em comunicado divulgado nessa terça-feira (8), dia no qual foi informada a data da mesa de negociação, afirmou que “desde o início se colocou à disposição para o diálogo e negociação, porém a política do general Floriano Peixoto de inflexibilidade e retirada de direitos não permitiu que chegássemos a um acordo”.
A Federação destaca que “a greve continua forte e a Fentect orienta os sindicatos e trabalhadores a continuarem intensificando enquanto não tivermos uma proposta de manutenção dos nossos direitos apontada no horizonte”. Ainda segundo a entidade, ela “participará da reunião marcada pela ministra Kátia Arruda, com espírito de boa fé e disposição para negociação, tendo como pilares centrais a manutenção de todos os direitos que a direção da ECT insiste em retirar”. 
Os trabalhadores dos Correios são contrários à privatização da empresa e lutam pela manutenção do Acordo Coletivo aprovado em 2019, como destaca Antônio. “Nunca passamos por um momento tão difícil. Sempre se falou em privatização, mas não de tirar todos os direitos, destruindo o Acordo Coletivo. É uma destruição de todos nossos direitos conquistados ao longo de nossa história”, enfatiza.
Segundo ele, os Correios querem retirar 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo. As demais, afirma, querem que seja reeditada. “Sobre o plano de saúde, por exemplo, constaria na cláusula que poderia ser mantido, mas não garante que isso aconteça nem estabelece percentuais de participação. No caso do tíquete alimentação, também diz que pode fornecer, mas não dá garantias, e, inclusive, afirma que pode suspender o fornecimento em virtude de crise econômica no país”, diz Antônio.
Ele relata ainda que o Governo Federal tem dito que os trabalhadores querem aumento salarial e estão fazendo greve em meio à pandemia do coronavírus. “Nós não queremos aumento, queremos a manutenção de nossos direitos. Nós não queríamos entrar em greve, fomos obrigados porque os Correios derrubaram nosso Acordo Coletivo no TST via STF [Supremo Tribunal Federal]”, aponta Antônio, referindo-se ao fato de que o TST havia aprovado a vigência do Acordo Coletivo por dois anos, entretanto, uma liminar do ministro e presidente do STF, Dias Tóffoli, suspendeu a decisão. Chegou a ser realizado, em agosto, um novo julgamento sobre essa questão, mas a suspensão foi mantida.

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