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Proposta da Sanremo é recusada e ônibus continuam parados em VV

Mobilização dos trabalhadores começou nesta terça-feira, devido aos constantes atrasos salariais

Trabalhadores da viação Sanremo, que circula no município de Vila Velha, recusaram a proposta da empresa para o retorno às atividades. A categoria está paralisada desde a manhã desta terça-feira (12), devido ao atraso salarial. A empresa propôs pagamento de 50% agora e mais 50% até a próxima sexta-feira (15), mas os rodoviários querem 70% nesta terça e o restante até a quinta-feira (14), caso contrário, não encerram o movimento.

A paralisação é feita pela base da categoria, sem intermédio do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários). Uma das lideranças, o motorista e integrante da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (Cipa), Wanderson Haase, o “Coxinha”, explica que o pagamento era para ter sido feito no dia 10 de abril, mas como era um domingo, os rodoviários acharam que esse poderia ser o motivo do atraso e resolveram não paralisar nessa segunda-feira (11).

Entretanto, o pagamento não foi feito e, por isso, resolveram se manifestar. “Como estamos saturados, decidimos pela paralisação”, diz, destacando que a recusa para que o restante do pagamento seja feito na próxima sexta-feira é porque a data cair em um feriado, o que gera insegurança sobre o cumprimento do acordo.
“Coxinha” relata que o atraso foi “a gota d’água” em meio a uma série de insatisfações. De um ano para cá, como ele aponta, a falta de pagamento em dia tem sido constante. Além disso, não há recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) há dois anos e três meses.
Outro problema é o fato de que há três anos os rodoviários não recebem uniforme. “Estamos trabalhando aos mulambos, com uniforme rasgado”, queixa-se, destacando que a Sanremo é uma empresa que não costuma se comunicar com seus funcionários, pois não explica o porquê dos problemas. 
No caso do atraso no pagamento do último dia 10, “Coxinha” relata que a empresa alega que não foi possível pagar os funcionários porque o sistema operacional do banco estava fora do ar.
O trabalhador informa que a Sanremo conta com 57 carros, que transportam uma média de 17 a 19 mil passageiros por dia. “O carro sai cheio o dia todo. Como não dá receita? Não tem como ser dificuldade financeira, a conta não fecha. Enquanto nossa proposta não for aceita, os ônibus não vão voltar a circular. Já vimos algumas empresas passarem por esses problemas da Sanremo e acabar fechando. Aqui temos trabalhadores com mais de 10, 15 anos de serviço. Se isso acontecer, como ficam?”, questiona.

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