O Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou, nessa quarta-feira (2), o dissídio coletivo ingressado pelos Correios em setembro. Entre as conclusões, a Corte definiu sobre o reajuste salarial e dos benefícios em 3% e a manutenção da maioria das cláusulas vigentes dos acordos coletivos anteriores, entre elas as que se referem ao vale alimentação/refeição, vale cultura e adicional de férias. No entanto, pais e mães dos trabalhadores não terão mais direito ao plano de saúde.
Trabalhadores dos Correios em todo o país realizaram uma paralisação de oito dias, entre 10 e 18 do mês passado. A suspensão do movimento ocorreu em função do julgamento do do dissídio coletivo. A decisão por paralisar as atividades também foi acolhida pela categoria no Espírito Santo.
Durante os dias de greve, mobilização dos trabalhadores capixabas resultou em diversos piquetes e atos públicos, organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos do Espírito Santo (Sintec-ES), que usou como estratégia o diálogo com a população para discutir a importância da ECT como uma empresa pública.
“Está longe do que gostaríamos e perdemos um direito histórico, que eram os pais e mães no plano de saúde”, pontou em nota o Sindicato. A retirada de direitos, segundo a entidade, é um reflexo da política entreguista do Governo Bolsonaro, que impediu que as negociações ocorressem de maneira respeitosa e transparente e levou os trabalhadores à greve. “No entanto, o enfrentamento e a capacidade de mobilização da categoria mostraram que vamos continuar nos organizando para lutar contra a privatização”, afirmou.
A categoria reivindicava reajuste salarial de 3,25%, manutenção de benefícios como a permanência de pais e mães no plano de saúde e coparticipação, além de continuidade de percentual de férias e vales alimentação e refeição. Os trabalhadores também criticam o projeto de privatização defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para “baratear os processos” e os salários pagos pelos Correios, “o pior entre todas as estatais”.
A empresa afirmou que vai cumprir integralmente a decisão do TST, mas alega viver delicada situação financeira, que já acumula um prejuízo de aproximadamente R$ 3 bilhões.