A pressão popular foi fundamental para o fracasso do decreto municipal determinando embarque e desembarque exclusivo de ônibus intermunicipais no Rodoshopping, em Guarapari. “Foi uma vitória nossa”, diz Sebastião Campos, membro do Movimento Popular, sobre a importância dos protestos na cidade contra a exigência. O mais recente foi realizado sábado (3), exatamente um mês após a publicação do decreto, em 4 de agosto.
Em sessão quinta-feira (1), o Pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) concedeu decisão liminar em Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o decreto da Prefeitura de Guarapari determinando o embarque e desembarque exclusivo.
Claro que Sebastião reconhece a autoria da ação, da Federação das Empresas de Transportes do Estado (Fetransportes), entidade legitimada para entrar com uma medida de tal natureza. Por outro lado, a mobilização popular no município foi uma força essencial para contestar as autoridades públicas e os empresários Telavive, concessionária do Rodoshopping. “Se não fosse isso, a gente não teria conseguido”, diz, sobre as mobilizações de rua.
Em vão, os moradores tentaram dialogar com a prefeitura. “A prefeitura poderia fazer a parte dela, mas não fez. Ficou com os empresários”, destaca Sebastião.
Agora, diz, a sensação entre s usuários de ônibus intermunicipais é de alívio. Em uma canetada, o prefeito Orly Gomes (DEM) mudou para pior a rotina de milhares de pessoas. Trabalhadores que acordavam às 6h passaram a despertar às 5h para pegar ônibus. “Em mobilidade urbana, se você fecha uma rua já é transtorno, imagine quando muda uma linha. Mesmo que tivesse certo, tinha que perguntar aos moradores”, pondera. A alteração do itinerário dos ônibus não contou com audiências públicas.
O membro do Movimento Popular também destaca que, antes da liminar da Justiça, todos os oito candidatos a prefeito de Guarapari se comprometeram em entrevistas e nas redes sociais a derrubar o decreto caso fossem eleitos. Os moradores estarão atentos se o decreto, por ventura, for restabelecido. “A gente vai cobrar”, avisa o morador ao futuro prefeito da cidade.