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A elite também chora

Quando se fala em imigrante ilegal, a imagem que vem à cabeça é da pessoa que chegou de mãos vazias e clandestinamente, porque no país de origem a vida não estava fácil. Na terra prometida ele ou ela aceita qualquer emprego, trabalhando mais horas e recebendo menos que o salário padrão. Consequentemente, vive mal, mora mal, e pouco sai de casa, porque não tem carro e o transporte público é péssimo.
 
Pior que tudo isso, porém, é o medo de ser pego pela emigração, que nos últimos anos tem apertado o cerco. De acordo com as estimativas oficiais, existem cerca de 12 milhões de ilegais sem qualificação profissional vivendo abaixo da linha de pobreza, trabalhando nas colheitas na área rural, e na construção civil ou em serviços de faxina na área urbana.  Vida difícil, mas ainda assim muito melhor do que a que ficou para trás. Quando pegos são sumariamente deportados.
 
Mas tem outro tipo de imigrante ilegal que pouca gente conhece ou ouviu falar, menos ainda Dona Imigração – o ilegal que enriqueceu ou já chegou rico, e ao invés de ser um peso para o governo, paga impostos e bons planos de saúde. São milhares de imigrantes vivendo muito bem, mas sempre com o receio de serem deportados e perderem a galinha dos ovos de ouro. Competem em pé de igualdade com os americanos – são patrões, empreendedores ou investidores.
 
Tem ainda os que vieram trabalhar no país para alguma empresa, ou nas embaixadas e consulados, e quando se aposentam, perdem ou deixaram os empregos, preferem continuar vivendo aqui, mesmo ilegalmente. E temos os altamente qualificados, com diplomas na parede, mas que não conseguiram uma boa situação no país de origem.  Aqui também começam de baixo, aceitam todo tipo de trabalho, até darem a guinada e se estabelecerem por conta própria.
 
Vindos da Índia, China, Israel, África do Sul, América Latina, eles são uma força na economia americana, e ninguém os perturba porque o governo está muito ocupado correndo atrás dos que se tornam um peso para o Serviço Social ou vão dar trabalho à polícia. O imigrante rico, mesmo ilegal, cuida de suas obrigações e evita chamar a atenção, tanto da concorrência como do governo. Enquanto o deixam em paz, agiliza o mercado de trabalho. 
 
O cálculo não oficial é de que existem mais de 20 mil famílias ilegais vivendo nessa situação.   É conhecido o caso de um mexicano que entrou no país com um visto de turista e não voltou. Enfrentou todo tipo de trabalho, e hoje tem uma cadeia de lojas de varejo faturando mais de 500 mil dólares por ano. O caro advogado que tenta legalizar sua situação, insiste: “Ele deve ser tratado como herói e não como criminoso”.
 
Se o imigrante pobre vive com medo de ser deportado, imaginem quem tem um negócio que lhe garante uma vida farta, tem imóveis no país, dinheiro no banco, e controla muitos empregados… Basta um empregado insatisfeito descobrir sua situação e o denunciar; e aí a vida boa desmorona.  Podem até ser chantageados. Mas economizemos nossas lágrimas, pois tem quem goste de viver perigosamente… ou não existiriam dublês nos filmes e agentes secretos na vida real.
 
 
 
 
 
        

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