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As guerras silenciosas

A 10 meses das eleições municipais, em outubro, as batalhas nos partidos se tornam mais intensas, quando chega o momento de enfrentar o desafio, jogar as fichas sobre a mesa e pagar pra ver a força do adversário, tal qual no jogo de pôquer. A primeira das cartadas nesse ano de 2020 que se inicia ocorreu no partido que abriga a extrema-direita, o PSL de Bolsonaro, comandado no Estado pelo ex-deputado federal Carlos Manato, desde esta segunda-feira (13) licenciado da presidência.

Segundo colocado na disputa ao governo do Estado de 2018, de carona na potente esteira do então candidato Jair Bolsonaro – atualmente não tão confortável assim por conta do retrocesso do governo e de seus descompassos com a cúpula ministerial, que o colocam em baixa – Manato começou, logo após a derrota, articular a prefeitura de Vitória e mais umas 20 em todo o Estado.  

Em outubro, ele anunciou Torino Marques, deputado estadual em primeiro mandato, sem traquejo político. Depois, citou a também estreante deputada federal Soraya Manato, a Dra. Soraya, com quem é casado, para em dezembro apontar o deputado Capitão Assumção como o nome do partido para Vitória. Até aí, tudo bem, não fossem articulações em torno do seu próprio nome, embora ele não confirme, destacando que está se guardando para as eleições gerais de 2022. 

Amarildo Lovato, seu substituo enquanto durar a licença, se encarregou dessa tarefa, sepultada com o anúncio do nome do deputado Assumção como candidato. Ganhou o lugar de vice na chapa formalizada nessa segunda-feira, dentro da mais perfeita harmonia, segundo informam, em discordância com o mercado político. 

Apesar disso, o assunto não está encerrado. Fica na dependência da Executiva Nacional, um poço de mágoa quando se trata de apoiadores de Bolsonaro, que bateu de frente com o presidente do partido, deputado federal Luciano Bivar, de Pernambuco, resultando na criação do Aliança para o Brasil (APB). E o Capitão Assumção, da mesma forma que Manato, integra a comissão de frente dos apoiadores de Bolsonaro e passa por cima dos cortes de direitos da classe trabalhadora, entre outros retrocessos. 

Já no MDB, com o secretário especial do Ministério de Cidadania, Lelo Coimbra, garantido na presidência da Executiva no Estado, a cartada foi dada pelo deputado Hércules da Silveira, o Dr. Hércules, candidato à Prefeitura de Vila Velha. Seu concorrente no partido, o vereador Arnaldinho Borgo, decidiu buscar pouso em outros locais, no caso o Podemos, comandado pelo prefeito de Viana, Gilson Daniel, onde deve se abrigar, aproveitando a janela partidária que se abre em março. 

Os bastidores apontam que Arnaldinho, representante da ala jovem do MDB, já teria fechado com o Solidariedade, presidido pelo ex-deputado federal Jorge Silva, o PTB, comandado pelo deputado Adílson Espíndula, e o Pros, do ex-deputado Sandro Locutor.   

A partir de fevereiro, é esperado um crescimento vertiginoso no volume das articulações. PSB, PSDB, Cidadania e Republicanos aparecem na linha de frente, confirmando o crescimento no Estado dos partidos de centro-direita. 

 

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