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​Carestia, o eixo eleitoral!

Política econômica neoliberal faz a carestia alcançar índices capazes de tirar Bolsonaro do poder

Tudo indica que Jair Bolsonaro deixará o poder em 2022 pela força do voto popular, batido por um poderoso fator que está acima da ideologia fascista do governo e da omissão de parte da classe política: a carestia. Esse ingrediente se move e sai das articulações de gabinetes para ganhar musculatura nas áreas periféricas, onde a dor da fome é maior do que qualquer manipulação eleitoreira.

E não poderia ser diferente, com uma inflação nos quase 10%, um Produto Interno Bruto (PIB) encolhido, enquanto dois dos condutores da economia, Paulo Guedes e Roberto Campos Neto, mantêm empresas offshore em paraísos fiscais, e a cada dia vão se revelando mais casos de corrupção no governo. Apesar da situação de crise, não há votos para passar o impeachment. A maioria da bancada capixaba na Câmara dos Deputados está aí mesmo para demonstrar o quanto se pode ser omisso.

Nas manifestações desse sábado (2) faltaram discursos mais contundentes de quem tem mandato, mas, em contrapartida, aumentou o nível da pancadaria no governo fascista motivada pelo elevado custo de vida. Os preços dos combustíveis, em especial o do gás de cozinha, com grande impacto no custo de vida, encarecendo produtos essenciais na dieta do brasileiro, como a carne, o frango arroz e feijão, para citar o básico, passaram a ser objeto de protestos que puderam ser vistos em faixas e cartazes.

O eixo da carestia se move com a mesma força do esfomeado frente a um monte de ossos, em um cenário de extrema desigualdade social, com aumento do número de famílias morando nas ruas e milhares de trabalhadores desempregados. Na Grande Vitória, dados oficiais revelam um crescimento de mais de 11% entre as pessoas sem ter onde morar.

Um tema focado pelo ex-presidente Lula, isoladamente, em viagens aos estados. Inexplicavelmente, porém, ele permanece ausente das manifestações, quando, a essa altura, o levante popular necessita de uma liderança desse porte, a fim de demarcar terreno e criar condições para repercutir os atos contra Bolsonaro, por meio de uma frente de oposição que renegue a política neoliberal de Paulo Guedes e apresente um projeto para o País. Esse projeto existe, é urgente apresentá-lo à sociedade.

Passados 29 anos, permanece atualíssimo o slogan criado pelo marqueteiro James Carville, em 1992 – É a economia, estúpido!” -, que garantiu a vitória de então candidato a presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Lá, como no Brasil de 2021, a economia despenca, e não é por culpa da pandemia, como tentam afirmar porta-vozes bolsonaristas. Maior parcela de culpa recai na ineficiência do governo, incapaz de operar qualquer mudança, por conta de acordos feitos para manter-se livre do impeachment, além daqueles feitos a partir de 2016, para entregar o País ao capital internacional.

Nessa situação de miséria o País toma conhecimento, nesse final de semana, da notícia de que o ministro Paulo Guedes, condutor da política econômica neoliberal, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que cuida da política cambial, mantêm empresas offshore em paraísos. Evidentemente, para não pagar imposto.

Mesmo que não seja ilegal, é imoral, considerando que o Código de Conduta da Alta Administração Pública proíbe autoridades públicas de investirem em bens “cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental” a respeito da qual o funcionário tenha “informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”.

Impeachment inviabilizado, como tudo faz crer, resta o levante popular, pacífico, até o voto direto, para tirar o governo fascista do poder, a fim de livrar o País de atos como esses, praticados por quem deveria cuidar de estabilizar a economia e não o faz. São movidos por poderosos núcleos do capital cujo objetivo é saquear o País. Uma prática que faz a carestia alcançar índices extremos, e que vai terminar por sufocar Bolsonaro e tirá-lo do poder.

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