Na noite dessa terça-feira (28), o governo do Estado mostrou força ao reunir 64 prefeitos na eleição por aclamação de seu candidato, o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (PMDB), à presidência da Amunes. Aproveitando a passagem da prefeitada pela Capital, pela manhã, ele realizou um evento no Palácio Anchieta, para mostrar que está forte com os prefeitos.
Pegou carona no evento da noite, mas foi uma carona perigosa, porque ela expôs a ausência dos grandes prefeitos do Estado e a falta de controle político do governador na Grande Vitória.
O evento foi importante para tentar amenizar a traumática pressão sobre os prefeitos para desmobilizar a chapa de Gilson Daniel (PV) à presidência da entidade. Segundo o prefeito de Viana, seus eleitores foram pressionados de forma truculenta pelo Palácio Anchieta.
Sem receberem qualquer agrado desde a eleição do ano passado, com a justificativa da crise financeira, o governador, segundo a ressentida carta de desistência da disputa do verde, por meio de seus emissários, ameaçou os prefeitos de isolamento total do Palácio Anchieta.
A carta pegou mal, expôs a forma como o governo trata seus parceiros políticos nos municípios. Daí a necessidade de uma agenda positiva para tentar mostrar um ambiente de normalidade na relação, pondo panos quentes na crise gerada pela atuação nos bastidores de Hartung e sua “digitalzona”.
Sem ter o que entregar, já que o governo tem feito uma política de cortes e não de investimentos, o governador citou uma série de obras federais a serem entregues e uma possibilidade de investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird) no Pacto pela Aprendizagem, que inclui também os municípios.
Mas, se os prefeitos do interior, tão dependentes do governo do Estado, vieram aplaudir constrangidos e mostrar um sorriso amarelo para o governador, os prefeitos da região metropolitana não parecem estar sob o controle palaciano, o que joga a pressão no governador Paulo Hartung. Quem tem de disputar eleição no próximo ano é ele e quem precisa dos votos dos grandes colégios eleitorais, que estão na Grande Vitória, é ele.
Com três deles ou cogitando ou sendo cogitados para a disputa ao Palácio Anchieta, o interesse dos prefeitos é bem diferente do interesse do governador e vai ser difícil usar as mesmas ferramentas contra os prefeitos da Grande Vitória.
1 – O deputado Gilsinho Lopes (PR) reclamou na tribuna da Assembleia da falta de atenção do governo do Estado com as indicações dos parlamentares. O deputado destacou que atuação do legislativo é limitada pelos vícios de iniciativa e por isso, as indicações são uma saída para que as demandas da população possam ter uma solução. Mas, afirmou o deputado, os pedidos sequer são respondidos. No Expediente desta quarta-feira (29) foram lidas 14 indicações dos deputados.
2 – A Coluna Praça Oito, do jornal A Gazeta, desta quarta-feira (29) destaca o debate dos deputados estaduais sobre de onde sairia o recurso para pagar os policiais militares, cedidos aos poderes do Estado. Deixando nossa contribuição para a reflexão, a coluna pensa que, independentemente de quem vai assinar o contracheque, o recurso, no fim das contas sai de um mesmo lugar: o bolso do contribuinte.
3 – O governo do Estado anunciou o pagamento do funcionalismo para esta sexta-feira (31) e prega que houve queda da receita por causa da crise da segurança ocorrida em fevereiro. Hartung tem conseguido justificar sua política de austeridade, com o pagamento em dia, se começar a atrasar, será o segundo golpe duro na defesa desse modelo de ajuste fiscal.