quarta-feira, fevereiro 5, 2025
24.9 C
Vitória
quarta-feira, fevereiro 5, 2025
quarta-feira, fevereiro 5, 2025

Leia Também:

Casa própria: sonho ou pesadelo?

No cenário atual é preciso maior cautela ao tratar sobre a aquisição da casa própria, caso haja necessidade de financiamento ou empréstimo para complementarem a compra, porque a regra mudou e com isso é necessário adequar o planejamento.
 
Vale lembrar a história, que registra que o início do processo de endividamento dos brasileiros inicia-se na década de 70 e está relacionado ao SFH – Sistema Financeiro de Habitação. A casa própria sonho de consumo das famílias, corresponde ao primeiro endividamento contratado.
 
Durante algumas décadas experimentamos a inflação, vivenciamos mudanças na moeda nacional, fatos que também influenciaram para que esse sonho passasse a pesadelo, diante das prestações que vinham cada mês com valores diferentes e maiores. Em função disso, famílias acabavam com prestações atrasadas e sofrendo a ameaça da perda do imóvel.
 
Estamos novamente com crescimento da inflação, dos juros, da taxa de desemprego, de perda no poder de compra, somados aos sucessivos meses com balanços negativos da caderneta de poupança, com maior volume de saques do que de depósitos, o que contribuiu para a alteração nas regras para o financiamento habitacional. Mudança que influenciará no bolso do brasileiro, para a aquisição da casa própria.
 
Houve redução no limite do financiamento para imóveis usados, variando de 80% para 50%, se financiado pelo SFH e de 70% para 40%, se financiado pelo SFI – Sistema Financeiro Imobiliário.
 
Trocando em miúdo e, transferindo essa mudança para o orçamento e para as finanças das famílias, impõem a necessidade de juntarem um montante maior de reserva, para ser utilizada na “entrada” da compra do imóvel usado e isso demandará um tempo maior para o alcançarem.
 
As taxas de juros também sofreram alterações, com isso as prestações dos imóveis financiados ficam mais caras e se soma aos demais aumentos nas despesas básicas com: água, luz, alimentos, combustível. Fatos que ficam ainda mais agravados pelo despreparo da população em relação às finanças pessoais, o que está colocando em risco a manutenção de seus sonhos.
 
É sempre bom lembrar que devemos redobrar a atenção antes de comprar a prestação, de contratar financiamentos, empréstimos, porque contamos atualmente com mais de 62% das famílias brasileiras com dívidas e 21% com contas em atraso, culminando em problemas financeiros, sendo uma das causas, estarem acima da capacidade de endividamento, gerando dificuldades até para custearem essas despesas básicas.
 
Cenário com tendência ao crescimento da inadimplência.
 
A história tem que ser conhecida e utilizada para não repetirmos erros e para preservarmos a sustentabilidade e a saúde financeira da família.
 
É hora de atenção.
 
Reveja o seu planejamento e mantenha o seu sonho!

Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br
https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/

Mais Lidas