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Cenários eleitorais no ES

 

Em geral, alguns traços e características marcam estas eleições pelo Brasil afora. Primeiro, o baixo interesse que elas têm despertado nos eleitores. Baixo interesse significa baixa mobilização. Segundo, são eleições onde os candidatos contam com menos recursos do que em eleições anteriores. Terceiro, as razões de votos são um pouco menos emocionais e um pouco mais racionais e objetivas. Eleitores mais decididos. Menor a volatilidade do voto. Menor sensação de que as eleições vão mudar as vidas das pessoas, mais vontade de garantir e ampliar o que já foi conquistado. 
 
Alberto Carlos Almeida, olhando para o Brasil como um todo nestas eleições, observou que “o aumento do bem-estar das famílias tornou-as menos dependentes de qualquer governo. Ficou mais claro para o brasileiro médio que ele pode melhorar de vida com o próprio esforço. O que ele precisa é que o governo, em particular o federal , não cometa erros graves”. Isto, segundo ele, resulta “em menor interesse por processos eleitorais. As eleições se tornam apenas um episódio na vida, deixando de ser o momento que define a melhora ou a piora de vida” (VALOR, “A eleição municipal e o futuro”, 21/23-09).
 
Isto posto, olhando para o horizonte eleitoral no Espírito Santo, pode-se primeiro reiterar que na Grande Vitória não funcionou realmente a chamada geopolítica e emergiu um quadro de disputas acirradas em contexto de polarização política e fragmentação eleitoral. Nos quatro maiores colégios eleitorais do estado – Vila Velha, Serra, Vitória e Cariacia- caminha-se para prováveis realizações de segundo turno. Recorrentes polarizações em todos eles. Recorrentes fragmentações em todos eles. 
 
Não há hegemonia política no horizonte. PSDB, PSB, PMDB, PT, PR, PPS, DEM e PDT disputam os votos nos quatro maiores municípios da Grande Vitória. Segundo as pesquisas, todos com probabilidades de irem para o segundo turno em pelo menos um dos quatro municípios. Para completar a fragmentação, em Viana o candidato do PV, Gilson Daniel, aparece com grandes chances de quebrar a hegemonia dos Lube e do PMDB naquele município.
 
A tendência à fragmentação partidária é recorrente no estado como um todo, se forem consideradas as votações dos partidos em todos os municípios, e não apenas o número de municípios que cada um deles vai comandar. Mas o PSB parece caminhar para ser, proporcional e relativamente, o maior vitorioso das eleições, seguido pelo PMDB e depois pelo PDT.
 
Segundo as Sondagens realizadas por Século Diário desde o início do processo eleitoral no Espírito Santo, o mosaico partidário dessas eleições desenha-se da seguinte forma: o PSB poderá eleger entre 16 e 30 Prefeitos; o PMDB poderá eleger entre 11 e 18 ; o PDT entre 5 e 10; o PT entre 2 e 5; o PSDB entre 2 e 6; o PR entre 2 e 3 ; o DEM entre 3 e 5; o PPS até 2 ; o PSD entre 3 e 6; o PRB até 1; o PV entre 2 e 4; o PTB até 3; o PP entre 4 e 5; o PRP até 1; o PTdoB até 1; o PCdoB até 1; o PSOL até 1.
 
Outra vez, não parece haver hegemonia política no horizonte. Desenha-se um quadro estadual de política de coalizões. De recomposição das forças partidárias. De revisão de políticas de alianças. E de emergência de novos atores políticos regionais e locais.
 
É prudente esperar a abertura das urnas, tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições. Mas já se pode prever que o mosaico político-partidário do Espírito Santo do governador Renato Casagrande deverá ser bem diferente do mosaico político-partidário do Espírito Santo da ERA Hartung. Poderá ser aberta uma temporada de recomposições e realinhamentos…

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