Na vida em sociedade, é preciso ser sujeito de nossas ações, com ciência e consciência
Caminhamos para o segundo semestre de um ano de decisões e escolhas, mas ainda estamos no tempo das articulações de lideranças e dirigentes, que apresentarão o resultado de seus acordos, combinações, alianças, coligações e federações que foram possíveis de serem construídas para alcançar as estratégias de suas instituições e que nos apontam algumas possibilidades de quem poderemos escolher para nos representar no legislativo e no executivo nas eleições de 2022.
O calendário já está definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Resolução 23.674/2021, que estabelece que as eleições ocorrerão no dia 2 de outubro, quando poderemos escolher um presidente da República, um governador, um senador, 10 deputados federais e 30 deputados estaduais, isso no Espírito Santo, podendo haver segundo turno no dia 30 de outubro, caso as eleições para governador e/ou presidente não seja resolvida no primeiro.
Entre os dias 5 de julho e 3 de agosto, os juízes e juízas eleitorais convocarão os eleitores, para comporem as mesas receptoras de votos e de justificativas.
Entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, os partidos poderão convocar seus membros para realizarem suas convenções e decidirem sobre suas coligações, federações e escolherem, entre os seus filiados, aqueles que serão candidatos. Estes indicados terão que ser registrados até o dia 15 de agosto de 2022.
A propaganda eleitoral é permitida a partir de 16 de agosto, quando poderão ser realizadas distribuição de material gráfico, propagandas na internet, caminhadas e comícios.
A diplomação dos eleitos será até 19 de dezembro e a posse dos parlamentares ocorrerá em primeiro de fevereiro de 2023. Para presidente da República, vice-presidente e governadores de Estado, a posse ocorrerá em primeiro de janeiro de 2023.
A cidadania com participação efetiva nos rumos da sociedade só acontece com a democracia fortalecida e nós, cidadãos e cidadãs responsáveis pelo nosso destino, político e social, precisamos agir como sujeitos da nossa ação e não apenas como objetos que são passivamente conduzidos pelos sujeitos que participam de acordo com seus interesses e necessidades.
Como nos afirmava Platão, um filósofo e matemático do período clássico da Grécia antiga, que viveu entre 427aC – 348aC, não há nada de errado com aqueles que não gostam de participar da vida política de sua sociedade, de seu tempo, simplesmente eles serão governados pelos que gostam.
Portanto, somos chamados a sermos sujeitos ativos em nossa sociedade, com todos os seus limites e potenciais, para isso, precisamos identificar nossos iguais para agirmos de forma coletiva na defesa de nossos interesses e necessidades comuns.
A democracia permite nos organizarmos em grupos de interesse para expressar nossos movimentos sociais organizados na base em defesa da vida, do bem-estar coletivo do povo brasileiro. Precisamos construir instrumentos para promover uma ação coletiva que dê voz a todos para falarmos de nossos problemas e de como podemos superá-los.
Devemos nos juntar e nos organizar de diversas formas, seja presencial ou virtual, por meio da internet com suas diversas mídias sociais, onde podemos receber e enviar informações de nosso interesse e também desfazer mentiras veiculadas em forma de fake news. Na internet, como na vida, existem diversos interesses em disputa, precisamos encontrar a nossa verdade, a que constrói nosso bem-estar, e desfazer aquelas informações que só servem para propagar o ódio e trabalhar contra a vida dos seres humanos e do nosso planeta.
Para fazermos as melhores escolhas nas eleições, precisamos dialogar nos grupos nos quais circulamos, no trabalho, no bairro, no condomínio, na escola, no esporte, para falarmos como sujeitos ativos, da sociedade que merecemos e que só será construída por nós mesmos. Devemos falar e ouvir com paciência e tolerância, pois a democracia, assim como os seres humanos, não é perfeita, mas ainda é a melhor forma de participarmos da construção de um mundo melhor para nós e para os nossos, onde a vida e o planeta sejam valorizados e respeitados.
A escolha de representantes comprometidos com nossa causa é um exercício de cidadania, que dá sentido à democracia, e possibilita uma soberania do povo escolhendo pelo voto quem vai fazer o que queremos que seja feito.
Na vida em sociedade, é preciso ser sujeito das nossas ações, com ciência e consciência, organizando em grupos nossos iguais em interesses, para juntos dialogarmos com todos, olho no olho, sobre o mundo que merecemos e que só será construído por nós com nossas ações defendendo a vida e o planeta.