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Contra a polarização

Forças de centro-esquerda precisam de candidaturas fortes na Serra

Desde a década de 1970, a política na Serra gira em torno de quatro nomes como prefeitos: José Maria Feu Rosa, João Batista da Motta, Audifax Barcelos (PP) e Sergio Vidigal (PDT). No primeiro ciclo, a alternância foi protagonizada por José Maria e Motta, no segundo, por Audifax e Vidigal, o que já dura mais de 20 anos.

Essa constante polarização fez com que, a cada eleição, os concorrentes cooptassem as lideranças para sua proposta, o que dificultou a consolidação de novos nomes credenciados para disputar o poder local e romper com essa quadro.

Para este ano, o cenário aponta, novamente, para uma tentativa de polarização, mas também com muitas indefinições políticas. O que se percebe, tanto entre os eleitores, que atualmente já ultrapassam os 357,3 mil – 167,9 mil homens, 189 mil mulheres e 97 não declarados -, e também entre as lideranças políticas locais, é um esgotamento da paciência em relação a essa briga de egos.

A população está cansada dessa alternância dos mesmos nomes, neutralizando novas lideranças do campo de centro-esquerda e oportunizando o crescimento de lideranças de centro-direita, o que traz uma certa insegurança política para os defensores de um projeto democrático e popular, com desenvolvimento econômico e a busca de uma igualdade social com geração de empregos e distribuição de renda.

Nas lutas históricas pela consolidação da democracia, a Serra sempre se mostrou como referência de organização popular e sindical, com suas lideranças dialogando com o povo trabalhador e fortalecendo as instituições democráticas, como movimentos sindicais, associações de moradores e Federação dos Movimentos Populares. Esse quadro resultou na cobrança do poder público para o atendimento das necessidades da população de uma cidade que cresce vertiginosamente, carente de saúde, educação, emprego, geração de renda e segurança.

Importante observar que a cidade continua crescendo na sua economia e em número de habitantes, e mudou, exigindo melhorias, mais políticas públicas e obrigando os adversários a atenderem às novas demandas da população para conseguirem suas vitórias eleitorais, o que aproximava os projetos de desenvolvimento da cidade em polos distintos.

A Serra é a maior cidade da Grande Vitória e já tem a maior população. No Censo Demográfico de 2022, tinha 520,6 mil habitantes, apresentando uma taxa de crescimento populacional de 27,2% em 12 anos. É, também, a segunda economia do Estado. O município tem potencial para desenvolver-se ainda mais, econômica e socialmente, no entanto, está estagnada no avanço democrático, quando registra a menor alternância no poder executivo desde a década de 70 na região metropolitana.
A Serra destoou de uma sintonia histórica construída politicamente, onde sempre os candidatos mais votados em nossa cidade nas eleições gerais eram os eleitos pela sociedade brasileira. Em 2022, o candidato mais votado na Serra não foi o escolhido pelo povo brasileiro, um sinal de que nossas lideranças locais não estão mais sintonizadas com a intenção da maioria do povo brasileiro.

A polarização fez com que nossas lideranças locais se preocupassem mais com suas disputas de egos e deixaram de lado a preocupação com a reconstrução do país, destruído pelo ódio e pela intolerância de todas as formas.

A centro-esquerda, o nosso povo trabalhador da Serra, precisa de candidaturas majoritária e proporcionais, na prefeitura e na câmara, que representem e fortaleçam um projeto assumidamente democrático e popular.

O povo democrata e popular que votou na reconstrução do Brasil, com solidariedade, inclusão e contra toda forma de ódio e discriminação, está esperançoso de candidatura fortes, responsáveis e comprometidas com a nossa luta por uma vida melhor, com dignidade para todos.

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