O governador Renato Casagrande foi eleito com 16 partidos em seu palanque em 2010. De lá para cá, ampliou sua base, incluindo PSDB e DEM em seu governo. A Rede da ex-senadora Marina Silva também já surge com um provável aliado do governo. Mas há um desafio a ser vencido para 2014.
Há quem defenda que o processo de unanimidade política criada no Estado há mais de uma década e que vem mantendo a governabilidade sem atropelos no Estado está tão arraigada que dificilmente será abalada com as variáveis nacionais.
Mas há também quem defenda que a eleição de 2014 para a presidência da República não será igual à eleição passada. A profusão de candidaturas que se apresentam no momento pode diminuir com a proximidade da eleição, mas alguns nomes estão se fortalecendo e oferecem um risco ao arranjo partidário nos estados.
Casagrande é conhecido por sua postura partidária e o presidente do partido dele, Eduardo Campos, ensaia uma candidatura à Presidência, que pode até não ir à frente, mas está irritando a presidente Dilma Rousseff.
Mas hoje Casagrande vive um novo momento, está no governo do Estado, e saiu da eleição 2012 como líder político em condições de comandar as articulações para sua reeleição em 2014. Resta saber o que vai valer mais no próximo ano.
Será um desafio saber até onde o arranjo vai aguentar a pressão das nacionais. Se fosse no período de Hartung em que ele estava por cima, a resposta para isso seria fácil.
Seria muito melhor suportar a pressão das nacionais do que a do ex-governador sobre as lideranças locais. Mas como Casagrande adotou uma postura mais flexível com a classe política é preciso aguardar para saber como ele vai se movimentar para manter seu arranjo no meio do fogo cruzado.
Fragmentos
1 – Os leitores parecem estar atentos às movimentações em Brasília, dada a chuva de comentários sobre a possibilidade de reeleição da senadora Ana Rita Esgário (PT), que votou em Renan Calheiros (PMDB) para a presidência do Senado.
2 – Realmente, a posição que a senadora defende não combina com o apoio ao peemedebista. A justificativa de ser base do governo Dilma também não convence.
3 – Será que em 2018 os eleitores de Ricardo Ferraço (PMDB) e Magno Malta (PR) vão se lembrar que eles também votaram no colega Renan Calheiros?