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Dilema tucano

Enquanto o PSDB vê os espaços políticos serem ocupados na equipe de governo por adversários políticos, as lideranças do partido ficam sem saber como será a movimentação política para 2018. Os tucanos foram os principais aliados do governador Paulo Hartung (PMDB), muito a contragosto de boa parte da militância, é verdade, mas garantiu a vice-governadoria, com César Colnago. Hoje o tucano é o único nome do partido em uma posição forte no governo.

Forte em termos, porque não se sabe como estará o vice até a eleição do próximo ano. No próximo mês, Colnago deve assumir novamente o governo, com a ida do governador a São Paulo para continuar o tratamento médico. A primeira experiência, em fevereiro, foi traumática. O tucano esteve à frente do governo durante a crise na segurança, sem dúvida a mais grave do terceiro mandato de Hartung.

Colnago seria o primeiro da fila na disputa ao governo, mas no ninho já se cogita outras possibilidades. A situação é complicada, pois o caminho não é tão fácil. Quando eleito deputado federal, Colnago contou com os votos de Max Filho para a garantir a cadeira. Em 2014, preferiu a composição para a vice, porque teria dificuldade em conseguir se reeleger.

Há dúvida se Hartung irá se desincompatibilizar para disputar o Senado, deixando o governo na mão de Colnago. Tudo vai depender de como Hartung vai chegar no ano eleitoral em termos de imagem com o eleitorado.

Outro nome cogitado no PSDB é o do senador Ricardo Ferraço, mas a classe política não acredita que ele vá fazer essa troca. O tucano é herdeiro de um nicho empresarial, herdado de Gerson Camata (PMDB), que torna o mandato em Brasília muito mais estável do que uma aventura ao governo.

A militância infla o nome do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, mas a experiência do tucano em 2010 neste campo e a desistência da disputa à prefeitura em 2016, por enquanto não fortalece essa iniciativa. Não se sabe o que pode acontecer até o próximo ano, mas no ninho já é percebido que a parceria com Paulo Hartung já vem fazendo água há algum tempo. Como o PSDB vai começar a atuar sem seu antigo parceiro é um exercício interessante de se observar.

Fragmentos:

1 – O governador Paulo Hartung enviou à Assembleia uma mensagem solicitando o adiamento para prestação de contas relativa ao exercício de 2016, que acontece apenas em abril, dada a impossibilidade de comparecer no presente momento, em razão de recomendação médica.

2 – O deputado Sérgio Majeski (PSDB) votou contra o requerimento e disse não entender o pedido, já que o governador quatro dias após a cirurgia, realizada em São Paulo para a retirada de um tumor na bexiga, Hartung estava de volta ao Estado dando entrevistas.

3 – Hartung fez a cirurgia no Hospital Sírio-Libanês no último dia 3 de fevereiro. Ele retornaria depois de 45 dias para avaliação do procedimento e início de tratamento, caso necessário.

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