A relação do governador Paulo Hartung (PMDB) com a Assembleia Legislativa nuca foi horizontal. Quando assumiu o governo pela primeira vez, em 2002, contou com uma forte campanha de “demonização” do legislativo estadual para garantir a submissão dos deputados ao poder absoluto que se transformou o Executivo em seus oito anos de governo.
O desgaste dos deputados era grande e a vitrine do governador, que contava com a história bem abstrata do combate ao crime organizado, como subterfúgio para a valorização de sua imagem, cada vez mais polida. Além disso, ele estabeleceu uma série de manobras que garantiram o controle do plenário.
Uma dessas manobras dura até hoje e passa pela liberação de emendas individuais para quem “se comporta”, ou seja, quem aprova tudo que o governo manda para a Assembleia sem ler, fazer bajulações ao governador e não fazer qualquer tipo de questionamento.
Mas nem tudo era desgaste. O governador andava pelo Estado com os deputados da base a tiracolo, fazia inaugurações dividia os deputados por grupos de município. Na expectativa de controlar tudo, o governador valorizava o deputado em detrimento de alguns prefeitos.
Hoje a situação é diferente. O governador tem um grupo bem mais seleto de parlamentares, que andam com ele pelo Estado. Tem dado mais espaço para seus secretários e outros membros de sua equipe do que os parlamentares.
Sinal de que boa parte do plenário não está com tanto prestígio no interior. Além disso, na disputa indireta com a senadora Rose de Freitas (PMDB), Hartung tem tentado se aproximar do maior número de prefeitos para tentar minar a base municipalista de sua eventual adversária.
Por isso mesmo, o esperneio dos deputados não deve incomodar o governador, que já orientou seus secretários a não entrarem na briga com os deputados. Vão ficar gritando na Assembleia sozinhos.
Fragmentos:
1 – O deputado Sergio Majeski (PSDB) e o vereador Mazinho dos Anjos (PSD) participam na noite desta quinta-feira (14) do II Fórum “Perspectivas para uma nova política”, a convite dos alunos do DCE da Ufes. Será às 19h, no auditório Manoel Vereza, no campus de Goiabeiras.
2 – “Antes de discutir nomes o Brasil precisa de um projeto. Neste sentido, a Fundação João Mangabeira e o PSB, estão colocando em consulta pública um Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional”, a fala é do ex-governador Renato Casagrande, que tem evitado marcar posição sobre qual papel desempenhará na eleição do próximo ano no Estado.
3 – O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, Victor Coelho (PSB), reuniu o secretariado em seu gabinete nessa quarta-feira (13) para anunciar o novo portal da transparência da prefeitura. O projeto, que vem sendo articulado desde a transição tem um objetivo ousado: tornar Cachoeiro a cidade mais transparente do País.
