A humildade é uma virtude.
A paciência, uma qualidade.
A resignação, um método de manter a paz e evitar a violência.
Todos hão de concordar que a humildade é uma virtude rara no Brasil de hoje. Raramente a encontramos entre os eleitos pelo voto para cargos públicos. Tampouco vemos gente humilde entre os escolhidos por concursos públicos. Ao contrário, entre eleitos e concursados, o que mais se vê é a arrogância.
Ainda bem que abunda entre nós a paciência, qualidade que a maioria do povo recheia com a ironia, o desdém e a gozação.
Entretanto, se o tempo passa e nada acontece em favor dos humildes, dos pacientes e dos resignados, uns e outros podem chegar à raia da revolta, situação em que os sujeitos imbuídos de justa ira buscarão a reparação do que lhe parecer injusto na família, na sociedade ou no Estado.
Até quando a maioria vai permanecer na resignação, esticando a corda da paciência, no afã de compreender humildemente o que está acontecendo para, enfim, avaliar se está valendo a pena lutar?
Cada um sabe de si, mas é desejável que a resignação não se converta em conformismo, nome brando da covardia.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“O polo de referência das esquerdas, em torno do qual precisam se unir, é somente um: os direitos do pobres”.
Frei Betto na página 161 do livro A Mosca Azul (Rocco, 2006), no qual reflete sobre o PT no poder.