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Ferraço, o ‘independente’

Não é de hoje que se diz que, quando Theodorico Ferraço (DEM) diz sim, quer dizer não. O que o presidente da Assembleia Legislativa, de 76 anos de idade e mais de 50 anos de vida pública, fala e faz não se deve levar ao pé da letra. Então, quando ele vem a público dizer que prefere ser independente, é sinal que está aberto a negociação. 
 
Sua atuação como bombeiro neste primeiro incêndio criado na Assembleia Legislativa, com a ingerência do governador eleito Paulo Hartung na discussão de projetos oriundos do governo do Estado, é uma demonstração do lado em que ele vai sambar. 
 
Não vem com essa de independente, Ferração! Não depois de ter caminhado no sul do Estado captando votos para Paulo Hartung na campanha ao governo. Essa não cola!  
 
Ferraço deve disputar a eleição para prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. Como não tem uma soberania no município, como em tempos passados, até ele precisará de apoio para se eleger. Afinal, outras lideranças no município não se saíram tão mal na disputa deste ano. 
 
E o outro lado terá a máquina. Nunca é demais lembrar que Ferraço apoiou o falecido deputado Glauber Coelho (PSB) na disputa de 2012 e perdeu a eleição contra o palanque do PT. Ferraço é uma fera a ser controlada e, pelo jeito, Hartung já se chegou a ele para evitar conflitos. 
 
Mas, dar outro mandato de presidente da Casa, isso Hartung não quer. Já desatou o nó que o demista estava fazendo para tentar derrubar a emenda que impedia sua candidatura para mais um período, até a eleição municipal. Bom, pela docilidade do presidente com o governador eleito, não ficou no prejuízo. A ajuda em 2016 deve estar garantida.  
 
O presidente da Assembleia já chamou para si a responsabilidade da crise. Disse que foi o Legislativo quem cancelou a visita de Hartung ao Parlamento, para não pegar mal para o governador eleito. Reassumiu o comando das sessões para tentar apaziguar os ânimos no plenário e tentar dar sequência à procrastinação da votação das urgências, atendendo o interesse do peemedebista. 
 
Fragmentos:
 
1 – A aprovação da urgência do Plano Estadual de Cultura foi necessária porque senão o próximo governo perderia os recursos da área. Foi uma sinalização do governador eleito para que os deputados votassem este item da pauta, mas só esse. 
 
2 – Enquanto o plenário atual se digladia, dividido entre os dois grupos que se formaram no Estado, os deputados estaduais eleitos mergulham torcendo para que até fevereiro o incêndio já tenha sido debelado. 
 
3 – Com uma situação de empate no primeiro turno e com um eleitorado pequeno, os presidenciáveis não querem nem saber do Espírito Santo nesta reta final e se focam nos grandes colégios eleitorais.

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