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Festa de fachada

No dia 10 de junho deste ano, aconteceu uma celebração bastante peculiar no Instituto Nacional da Mata Atlântica – instituição que se apropriou de todo patrimônio do Museu Mello Leitão, em Santa Teresa, ES. Na data, por incrível que pareça, foi comemorado o aniversário de 30 anos da Sambio, a Sociedade de Amigos do Museu de Biologia Mello Leitão.
 
Uma comemoração estranha! Celebrar o aniversário de uma Sociedade que tem descumprido seus deveres estatutários e desrespeitado seus sócios e ainda disseminado informações falsas e enganado a sociedade em pedido por apoio a atos de desrespeito à história da pesquisa e conservação da Mata Atlântica e dos cidadãos capixabas e teresenses? E poucos dias depois (26 de junho), passar em branco o aniversário da própria instituição teoricamente defendida pela Sociedade em questão? Como se a Sociedade fosse mais importante que o Museu a ser defendido por ela? 
 
Sim, exatamente. A Sambio foi utilizada para destruir o Museu Mello Leitão. E a festa de seu 30o aniversário foi de fachada! 
 
Nela não se comemorou orgulho pelo Museu, pois não houve empenho para salvá-lo, nem sequer o seu nome, o qual foi abandonado de uso por diretor e pesquisadores anos antes da própria destruição do Museu em prol do Instituto recém-criado.
 
Não se comemorou a amizade com o Museu, pois não se deixa um amigo na mão em momentos de dificuldade, muito menos se ajuda terceiros a tomar-lhe os bens. 
 
Não se comemorou a ética ou a responsabilidade da Sociedade, pois seu estatuto sequer foi seguido para defender o Museu. 
 
Não se comemorou a transparência, pois esse assunto tem sido omitido mesmo sob questionamento de sócios. 
 
Não foi festa para quem defende verdadeiramente a obra de A. Ruschi. Eu mesmo não fui convidado, o que em primeiro momento me causou estranheza, já que estou acostumado a receber e-mails da Sambio e do Movimento em defesa do INMA com informações falsas a respeito do verdadeiro desmanche do Museu Mello Leitão.
 
Mas tenho certeza que dessa vez a minha exclusão não foi pessoal. Diversos outros sócios não receberam convites. Inclusive a minha própria mãe, Marilande Angeli – sócio-fundadora da Sambio, que ainda hoje, mesmo aposentada, frequenta o setor de RH do Instituto para auxiliar com a documentação de seus antigos colegas de trabalho. Essa foi a primeira vez na história que ela não participou e não organizou a comemoração do aniversário da Sambio. 
 
A essa altura o leitor deve se perguntar: qual foi a coerência dessa festa de fachada?
 
Bem, dentre os presentes destacavam-se três pessoas que não compareceram aos eventos de comemoração dos 100 anos de Augusto Ruschi: Sérgio Lucena Mendes (coordenador do MoveINMA), Arlindo Serpa Filha (presidente da Sambio) e Helio de Queiroz B. Fernandes (ex-diretor do Museu e atual diretor do INMA). 
 
Exatamente os principais representantes que mais disseminaram a falsa informação de que A. Ruschi teria criado o Instituto Nacional da Mata Atlântica. Todavia, essa lorota já começa a ser desmentida pelos próprios mentirosos. A Sambio, por exemplo, passou a afirmar em seu site que o Instituto Nacional da Mata Atlântica foi criado em 2014.
 
Essa comemoração evidencia que a Sambio vem sendo utilizada, na verdade, como amiga do INMA, apenas. Só falta agora criarem uma associação chamada Sociedade de Amigos do INMA, e essa se apropriar do patrimônio, direitos e obrigações da Sambio. “Déjà vu“!
 
O Museu Mello Leitão segue precisando de verdadeiros amigos.

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