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Gurus e Curandeiros – Parte XVI

No Brasil, Thomas Green Morton apareceu como alguém dotado de capacidades sobrenaturais, cujo dom era produzir fenômenos inexplicáveis apenas usando a mente, o que levou Thomas a ser considerado, em certo ponto, o maior paranormal do Brasil. Seu auge foi nos anos 1970 e 1980, passando por um período de ostracismo nos anos 1990. Foi ressuscitado pelo Fantástico da Rede Globo no início do século XXI e depois voltou ao esquecimento novamente.

Thomas, no entanto, era considerado por muitos parapsicólogos como uma fraude, e muitas vezes se esquivou de participar de experiências controladas por cientistas, ao contrário de Uri Geller, que chegou a ser testado, e Thomas então seguiu um caminho midiático com fenômenos registrados em vídeo e apresentados na televisão.

Thomas até os doze anos foi uma criança normal, até que em 1959 houve uma mudança abrupta, sua vara de pesca foi atingida por um raio e ele foi jogado para trás, batendo no chão e levitando. Ele teve um desdobramento e viu seu próprio corpo recebendo as luzes de uma nuvem escura.

E veio uma voz desta nuvem e disse : “Thomaz… Várias forças te protegeram… protegeram… A partir deste momento, terás um poder mental muito grande. Poderás curar, ajudar as pessoas a resolver problemas diversos. Chegarás a fazer coisas impossíveis, inexplicáveis. Escute bem. Não esqueça! Guarde este pedaço de varinha pelo resto de sua vida e a toda pessoa que precisar de alguma força, ou de resolver algum problema dê um pedacinho desta varinha. Basta que a pessoa tenha fé e faça um pedido todos os dias às 18 horas e terá o problema resolvido. Você não poderá usar esta força para seu próprio proveito. Este pedacinho de varinha será um meio de sintonização com todas as forças cósmicas e divinas e você formará através dela, uma corrente mental e espiritual muito grande e muito poderosa”. Foi quando começou a história que daria no movimento da Mentalização Positiva.

Thomas, depois de voltar de um circo e fascinado com um número de hipnotismo, aplicou isto em um amigo e deu certo, ele dormiu, começava a história de Thomas como paranormal. E com os anos as habilidades de Thomas foram se desenvolvendo, tais como telepatia, teleporte, projeções, atuação sobre metais, depois fenômenos de energia perfumada. E Thomas então, em Divisa Nova, na fazenda de sua irmã Sônia, tem seus contatos com luzes extradimensionais, conhecidas orbs ou ultras. E Thomas passa também a fazer cirurgias psíquicas e observa óvnis na sua casa em Três Corações.

E a conhecida palavra “Rá” surgiu em 1980, depois de ouvir um ruído na sala da pirâmide, na propriedade de sua prima. Ele fez uma cirurgia psíquica, depois deste ruído, uma pedra atravessou a vidraça sem quebrar nada e pousou na sala da câmara planetária, lugar das energizações. Thomas pegou a pedra e levou um choque, e nos sinais que tinha na pedra, o nome Rá lhe surgiu com grande força, e ele passou a usar esta expressão para liberação de energia positiva.

Muitos estudiosos apontam Thomas como uma farsa, um ilusionista, e nem é um dos melhores, ao ponto de já ter sido flagrado com um flash fotográfico que saiu antes da hora de seu famoso grito Rá, o que era um truque barato para seus fenômenos luminosos.

E o desmascaramento de Thomas se deu pelo ilusionista Khronnus, no programa do Fantástico, demonstrando que todos os fenômenos feitos por Thomas eram truques baratos de ilusionismo, com os raios de luz sendo flashes fotográficos. A história do Fantástico começou na série Paranormal, quando Thomas começou a ser questionado e foi desafiado pelo mágico James Randi, que já havia desmascarado Uri Geller nos anos 1980, e prometeu a Thomas um milhão de dólares caso provasse a veracidade de seus poderes. Depois de aceitar o desafio, Thomas, contudo, desapareceu. E o Fantástico foi investigar, descobrindo que Thomas atuara como mágico em Três Corações, antes da fama.

E mesmo diante da revelação dos truques de Thomas, como a da moeda torta (para quê serve uma coisa desta no mundo prático, mesmo se fosse autêntico, de fato não sei, uma coisa frívola, como as cadeiras girantes), pelo Fantástico, ele teve defensores como Ivo Pitanguy, que disse que Thomas entortou talheres seus sem tocar em nenhum deles, Sepúlveda Pertence, que foi ministro do Supremo, disse que Thomas tratou a sua mulher que esteve doente, e Elba Ramalho que afirmou já ter visto Thomas levitar.

Link recomendado: Especial 1º Abril: Thomaz Green Morton, o homem do rá:

 

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.

Blog: http://poesiaeconhecimento.blogspot.com

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