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Jogo aberto

A entrevista do deputado federal e presidente do MDB capixaba, Lelo Coimbra, concedida à TV Século, mesmo sem a intenção, acabou com a farra do governador Paulo Hartung de dizer que só vai se decidir em julho se disputará a reeleição e até de deixar no ar a ideia de que pode não ser candidato. 
 
Lelo foi direto e reto: Paulo Hartung é candidato ao governo pelo MDB. Isso quer dizer, então, que ele irá encarar o ex-governador Renato Casagrande (PSB), a senadora Rose de Freitas (Podemos) e André Moreira (Psol).
 
Afinal de contas, quem está admitindo a candidatura de PH é o político mais próximo a ele, portanto, vamos montar um quadro eleitoral a partir daí, o que reforça a possiblidade de segundo turno nas eleições no Estado.
 
Apesar de não ter trabalhado essa fase da eleição e de apresentar números sempre motivos de questionamentos, a mais recente pesquisa do Instituto Futura já endossa esse cenário, pois, além do empate técnico entre Hartung e Casagrande, mostra a boa posição de Rose e a votação surpreendente do candidato do Psol, em torno de 3%, com tendência de crescimento, indicando que os dois últimos do ranking passaram a ter uma existência real para os eleitores do Estado. 
 
O desenrolar do processo eleitoral sinaliza, portanto, que fica cada vez mais difícil para PH liquidar a disputa logo no primeiro turno. E põe difícil nisso! 
 
Enquanto os partidos contrários a PH mostram tendência de crescimento, o seu principal aliado, o PSDB, vive momentos de enfraquecimento. Alternativa para PH seria a aliança com o DEM, que está nas mãos do deputado estadual Theodorico Ferraço, seu inimigo mortal. 
 
Convenhamos, seria um casamento difícil, entretanto, no campo de apoio a PH, encontra-se o filho de Theodorico, o senador Ricardo Ferraço (PSDB),  em busca de sua reeleição, podendo levar Theodorico a engolir a raiva e sair em socorro do filho, embora tal aliança represente um suicídio para ele. 
 
Entretanto, o apoio do DEM a PH pode não ser o suficiente, pois o principal adversário de Hartung, Renato Casagrande, está em vias de consumar uma dobradinha na majoritária com o deputado estadual recém-ingresso no PSB, Sergio Majeski, que traz a tiracolo o político que mais tem habilidade para bater em PH, o prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB). 
 
A candidatura de Casagrande continua a ameaçar PH, pois a candidatura de Majeski traz fôlego a Casagrande, e vice-versa. São duas majoritárias que se abastecem mutuamente, atingindo Ricardo Ferraço. 
 
Este é o desenho que está aí para as eleições deste ano, mas, como sempre, podem ocorrer acidentes de percurso. Creio que estes, no entanto, estão mais para PH do que para os demais concorrentes.
 
Quem diria que isso poderia acontecer algum dia no reinado de PH, que fez recentemente 16 anos de controle da política capixaba. A barra está pesando para o seu lado. 

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