Desde o fim da eleição municipal do ano passado, o ex-prefeito de Vitória João Coser vem fazendo uma movimentação intensa no sentido de consolidar o comando regional do PT. A intenção é conquistar o partido para ter poder de fogo nas articulações da disputa de 2014.
Mas se internamente o ex-prefeito não deve enfrentar dificuldades para vencer a eleição interna de novembro e garantir a presidência do partido, seus grandes problemas de acomodação estão no cenário externo.
O projeto traçado previa a manutenção da trinca partidária PSB, PT e PMDB, o que se consolidaria com o apoio à reeleição do governador aliado Renato Casagrande; a manutenção do PT na vice, desta vez com o próprio Coser, e o ex-governador Paulo Hartung na disputa ao Senado. Para esse jogo, vale, inclusive, tirar a senadora Ana Rita (PT) da disputa ao Senado.
Um projeto alternativo seria, em caso de palanque próprio do PMDB, o PT se unir a Paulo Hartung na construção de uma coligação com Ricardo Ferraço ou Hartung disputando o governo e Coser o Senado. Mas há dificuldades nos dois caminhos e o PT corre o risco de ficar isolado na construção da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff no Estado.
No palanque do PSB, a constante ameaça de candidatura própria do PSB à presidência da República, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Isso impediria o primeiro projeto do PT de caminhar junto com Casagrande. Do outro lado, o presidenciável tucano, senador Aécio Neves, rejeita uma aliança com o socialista no Estado e está cada vez mais próximo do ex-governador Paulo Hartung.
Uma aliança entre Aécio e o ex-governador, que já vem buscando fortalecimento para a disputa de 2014, inviabilizaria completamente uma costura com o PT no Estado. Sem espaço nos dois palanques, o PT, que tem uma chapa proporcional relativamente forte, mas não construiu uma alternativa para um palanque próprio na majoritária, ficaria isolado e enfraquecido para a disputa do próximo ano. E agora Coser?
Fragmentos:
1 – Vai pegar muito mal em 2014 essa postura dos deputados estaduais de colocar os nomes nos requerimentos de CPI e depois retirar as assinaturas. Com três vagas a menos será mesmo que é interesse usar esse mecanismo de barganha política?
2 – Afinal, qual é o problema de se criar uma CPI? No passado, as comissões tiveram um papel importante. Vide as CPIs da Rodosol, da Aracruz e a polêmica CPI do Grampo.
3 – Se tiveram resultado prático ou não, é outra história, mas pelo menos levantaram o assunto. E Pó Preto é um assunto que afeta boa parte da população, sobretudo na Grande Vitória, onde se concentram 60% dos eleitores.