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Não foi dessa vez

Como diria Charles De Gaulle, “política é coisa séria demais para ser deixada com os políticos”. Depois de forte pressão popular, o Congresso Nacional armou mais uma “presepada” para o eleitor no próximo ano. Apesar de haver toda aquela conversa sobre reforma política, o Congresso deu pra trás e deve ficar tudo como está em 2014.
 
Foi no Senado que o projeto começou a ser deformado e, nessa quinta-feira (26), o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN), não colocou um dos pontos mais importantes para moralizar o processo eleitoral.
 
Henrique descumpriu o acordo de colocar o projeto Eleições Limpas para tentar votar o projeto da minirreforma. Faltou consenso entre os líderes dos principais partidos, que se recusaram a votar o projeto. Sem a votação um ano antes do processo eleitoral, em 2014 tudo será como antes. 
 
O projeto prevê o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas; limite para doação de pessoa física para partidos; eleição para o Legislativo em dois turnos, além de mais liberdade de expressão dos cidadãos em relação ao debate eleitoral. Para o sistema eleitoral, a ideia é que a eleição ocorra em duas etapas. O primeiro turno aconteceria com as pessoas votando em partidos, não em candidatos.
 
Mas a culpa não é só do Congresso. Em 2010, a expectativa era de que a Lei da Ficha Limpa fosse valer de verdade. Mas em se tratando de política tudo é relativo.  O Ministério Público Eleitoral (MPE) pegou por baixo e denunciou todo mundo que tinha contas rejeitadas ou condenação colegiada. No Tribunal Eleitoral a peneira já ficou alargada e a maioria foi liberada. Os poucos que ficaram barrados reverteram a situação em Brasília, e no final o que se viu foi uma rearrumação das contagens das coligações, trazendo mexidas nas composições dos legislativos. 
 
Quando o assunto é eleição, a manutenção do esquema garante a permanência de parte da classe política que insiste em fazer da política assunto de um grupo restrito da sociedade. Mas como a onda de revolta passou e quem tava na rua agora é “criminoso procurado”, vamos ver o gigante deitar e dormir, enquanto eles continuam muito bem acordados. 

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