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​O Brasil de pé

O grito das ruas está acima de ideologias e traz de volta a necessidade do impeachment de Bolsonaro

Maio de 2021 termina com a marca da esperança carimbada pelo vigor das manifestações de sábado, 29, por mais que a mídia corporativa tente esconder ou minimizar o seu impacto, como ocorreu com o vergonhoso noticiário da TV aberta e as manchetes ridículas dos jornalões Estadão e O Globo nessa fim se semana. Brigaram com a notícia, divulgada nos principais meios de comunicação do mundo. A realidade é que o povo tomou as ruas, fortaleceu a CPI da Covid-19 e, pelo elevado volume de participação, trouxe à tona uma realidade: o governo Bolsonaro começa a chegar ao fim.

O Brasil se levantou acima de ideologias partidárias, crenças religiosas e preconceitos, e mostrou que uma barreira se ergue contra uma gestão pública de alto potencial de destruição que tomou o poder desde o golpe de 2016. Não fossem os oportunistas acomodados no Centrão e a sustentação do “Partido dos Militares”, nas palavras do coronel reformado Marcelo Pimentel, Bolsonaro há muito teria deixado a Presidência da República.

Os milhares de brasileiros que foram às ruas decidiram encarar a ameaça de contaminação, mesmo com o cuidado do uso de máscaras, seguido em grande escala. O levante do povo considerou que o atual governo é uma ameaça muitas vezes maior, tamanho o nível de destruição que atinge a economia e outros setores essenciais ao país, principalmente a vida, com um saldo negativo de pobreza, fome, desemprego e meio milhão de mortes pela Covid-19.

As manifestações conseguiram resgatar as ruas, elemento essencial em ações para a tomada do poder político e, desse modo, marcaram posição favorável ao andamento da CPI, que na terceira semana de funcionamento já reuniu provas incontestáveis quanto à irresponsabilidade do governo federal no trato com a pandemia. Entre elas a recusa proposital a propostas de compra de vacinas, 11 no total, e outras ações que resultaram em morte de pessoas que poderiam ser evitadas, algumas comparáveis a experiências conduzidas pelo médico nazista Josef Mengele, o “Anjo da Morte”, na Alemanha, como ocorreu em Manaus.

Sem argumentação e acuado pelas comprovações reveladas pela CPI, Bolsonaro tenta minimizar o baque e apela ao deboche falando a seguidores, no cercadinho da saída do Palácio Alvorada. “Faltou erva”, disse, mantendo o clima de fake news, meio bastante utilizado desde a campanha eleitoral de 2018. Um discurso raso, próprio de quem está em maus lençóis, por conta do aumento da rejeição e a queda de sua popularidade junto ao eleitor.

O povo nas ruas reforça o grito por impeachment já e isso apavora Bolsonaro. Com o espaço cada vez mais reduzido, resta-lhe continuar com as ridículas exibições de fins de semana em motos, lanchas, cavalos e motocicletas, indiferente ao sofrimento do povo, nas quais busca manter-se como mandatário maior da nação. Não é mais. Mantém-se no cargo, no entanto, seu poder de mando se esvai a cada dia, com a debandada de parte da elite que o elegeu e o despertamento coletivo.

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