O país está em situação igual à recente disfunção fecal que acometeu o presidente da República
Sem uma terceira via para as eleições de 2022, o pessoal da direita apoquentado com as lambanças do atual governo e assustado diante da impossibilidade de ter na disputa o ex-juiz Sergio Moro, Luciano Huck e João Amoêdo (Novo), parte para buscar uma saída bem acima das pretensões de João Dória (PSDB), Mandetta (DEM) e mais uns três, todos com baixíssimo volume de votos. Já estão em desespero ao ver a escalada do ex-presidente Lula, que só faz subir nas pesquisas.
Cinco anos depois do golpe de 2016 que depôs a presidenta Dilma Rousseff, tentam preparar amarras desde agora, por enquanto o semipresidencialismo, para condicionar o presidente eleito a regras e normas do Congresso Nacional, reduzindo o poder do voto popular nas decisões. O clima criado pelo governo está insuportável e vai atingindo camadas desinformadas que elegeram Bolsonaro, desacreditadas pela incompetência de sua gestão, às voltas com suspeitas de corrupção que envolvem grupos de militares de alta patente nas negociatas para a compra de vacinas contra a Covid.
Em consequência, foram quatro dias de pauta positiva na imprensa, com abertura de espaços para ataques raivosos à CPI no Senado e a partidos de oposição. Bolsonaro botou para fora fezes, mentiras e ódio. Esbaldou-se, afinal nessas águas ele navega bem, ainda mais na véspera da suspensão da CPI da Covid, até quando durar o recesso parlamentar, no início de agosto. E jogou uma nova cortina de fumaça nas revelações escabrosas da CPI, que desmascara a principal bandeira de sua gestão de que não há corrupção no governo. As investigações provam que há robustas suspeitas de atos ilícitos.