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​O Brasil entalado com Bolsonaro

O país  está em situação igual à recente disfunção fecal que acometeu o presidente da República

Sem uma terceira via para as eleições de 2022, o pessoal da direita apoquentado com as lambanças do atual governo e assustado diante da impossibilidade de ter na disputa o ex-juiz Sergio Moro, Luciano Huck e João Amoêdo (Novo), parte para buscar uma saída bem acima das pretensões de João Dória (PSDB), Mandetta (DEM) e mais uns três, todos com baixíssimo volume de votos. Já estão em desespero ao ver a escalada do ex-presidente Lula, que só faz subir nas pesquisas.

Cinco anos depois do golpe de 2016 que depôs a presidenta Dilma Rousseff, tentam preparar amarras desde agora, por enquanto o semipresidencialismo, para condicionar o presidente eleito a regras e normas do Congresso Nacional, reduzindo o poder do voto popular nas decisões. O clima criado pelo governo está insuportável e vai atingindo camadas desinformadas que elegeram Bolsonaro, desacreditadas pela incompetência de sua gestão, às voltas com suspeitas de corrupção que envolvem grupos de militares de alta patente nas negociatas para a compra de vacinas contra a Covid.

Massacrado até na mídia comercial, aliada no passado, Bolsonaro está literalmente entalado, tal e qual o Brasil e a disfunção de saúde a que foi acometido e que o levou a promover a mais cara ação de desobstrução fecal da história. Ou seja, a velha e conhecida prisão de ventre foi transformada em uma operação de segurança nacional, com notas oficiais, cobertura especial na TV e nos jornais, acionamento do médico que o assistiu na suposta facada ocorrida poucos dias antes da eleição de 2018, aviões prá lá e prá cá, ambulância camuflada, falsos sigilos. Uma verdadeira operação de guerra, a um custo altíssimo.


Em consequência, foram quatro dias de pauta positiva na imprensa, com abertura de espaços para ataques raivosos à CPI no Senado e a partidos de oposição. Bolsonaro botou para fora fezes, mentiras e ódio. Esbaldou-se, afinal nessas águas ele navega bem, ainda mais na véspera da suspensão da CPI da Covid, até quando durar o recesso parlamentar, no início de agosto. E jogou uma nova cortina de fumaça nas revelações escabrosas da CPI, que desmascara a principal bandeira de sua gestão de que não há corrupção no governo. As investigações provam que há robustas suspeitas de atos ilícitos.

Nesse tempo, já articula nova pauta favorável por meio de vetos ao imoral e inoportuno Fundo Eleitoral, de R$ 5,7 bilhões, aprovado no Congresso, com o voto de mais de 270 deputados, entre eles a maioria dos integrantes da bancada Espírito Santo na Câmara Federal. Uma vergonha, considerando a situação atual do país. Com o veto, a questão será definida pelo Congresso, com impacto nas eleições de 2022, pois muitos dos parlamentares irão disputar a reeleição e os governos estaduais.
Bolsonaro se esforça e tenta desempenhar bem o papel que lhe cabe neste governo militar. No entanto, está complicado, apesar da subserviência dos generais, incluindo o vice, Hamilton Mourão (PRTB-RS), enviado a Angola para, oficialmente, participar da reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, mas, na realidade, tentar normalizar as relações da Igreja Universal do Reino de Deus, do empresário da fé cristã Edir Macedo, seu aliado, recentemente expulsa daquele país. Situação degradante, que só reforça a marginalização do Brasil no cenário mundial.

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