Esta profusão de candidatos à Prefeitura de Vitória no próximo ano dá bem a ideia do que a disputa representa para o destino da política capixaba. É, realmente, a grande vitrine. De tal forma, que haverá candidatos com o propósito único de lustrar imagem para concorrer, no futuro, a uma Câmara do Deputado, Assembleia, e até mesmo a uma prefeitura em 2020. Caso, por exemplo, do pré-candidato Capitão Assumção (SD).
Mas há, também, os postulantes que não entrarão na disputa para simular, mas para valer, por suas próprias condições eleitorais, como o ex-prefeito e atual presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). O tucano não está sozinho. Há outros, como o próprio Luciano Rezende (PPS), e em algumas posições abaixo do Luiz Paulo, o deputado federal Lelo Coimbra (PMDB), cheio de gás, mas ainda derrapando na subida da ladeira.
Além, é claro, de muitos ensaios, como os casos dos deputados estaduais Enivaldo dos Anjos (PSD) e Sérgio Mageski (PSDB), que têm conquistado uma enorme visibilidade na Assembleia. É arriscado ainda fazer prognóstico sobre ambos, mas também é risco não considerá-los com alguma chance, muito embora Enivaldo não tenha problemas no seu partido, ao contrário de Majeski.
Previsão? Quando o ex-governador Renato Casagrande ( PSB) não admitia a hipótese de disputar esta eleição, era só recorrer a uma fita métrica para posicionar os concorrentes. Esta condição dava, ainda, ao governador Paulo Hartung (PMDB) condições plenas de mexer nas pedras do tabuleiro. Ninguém melhor do que ele sabe que 2018, quando se elegerá o novo governador, está amarrado em 2016, especificamente nas eleições de Vitória.
Hartung está inseguro porque sabe que esta eleição em Vitória estará repleta de surpresas. Ninguém sabe como o eleitorado reagirá a candidatos como Majeski ou Enivaldo, por exemplo. É um clima de incerteza que pode produzir reviravoltas que podem minar os planos de Hartung de imediato.
Dentre as incertezas que mais afligem Hartung está a candidatura do ex-governador Renato Casagrande à prefeitura de Vitória. Como Casagrande tem um partido (PSB) na mão e teve uma votação em Vitória estupenda para o governo do Estado (perdeu para Paulo Hartung por mil votos de diferença), tem tudo para estar entre os favoritos.
O que é pior para os concorrentes com capacidade eleitoral, não há como ignorar o seu favoritismo. Esse é um fato que pode obrigar Hartung a desfazer o tabuleiro que estava armando até então e voltar à estaca zero.
Bastou o mercado político cogitar que Casagrande pode ser candidato para mandar PH de volta para o seu laboratório de fórmulas. Esse povo todo que está aguardando abrir a janela para mudar de partido vai ter que segurar o pulo por causa dessa candidatura de Casagrande. Estaria oficializado outro polo agregador: PH de um lado e Casagrande de outro.
Olhando mais frente, se o socialista se eleger prefeito de Vitória, define as eleições de 2018 já na disputa do próximo ano.