Quem poderia imaginar que um dia o governador Paulo Hartung fosse ter que vir a público dizer que tem sim sua digital em uma eleição de associação de prefeitos e ainda assim ter dificuldades em desmobilizar um grupo contrário? Aliás, quem diria que um dia haveria um grupo contrário ao do governador Paulo Hartung na disputa pela presidência da Amunes.
Também era impensável até bem pouco tempo atrás, a Assembleia não votar uma urgência de um projeto de lei enviado pelo Executivo. Era ainda mais impensável haver um grupo com mais de cinco deputados, descontentes como Executivo e, neste grupo, estar uma liderança do peso de Theodorico Ferraço (DEM).
Quem poderia imaginar que um partido diria não à filiação do governador Paulo Hartung, como fez o PSDB recentemente? Quem diria que a base de partidos aliados pressionasse suas lideranças para deixar o governo dele, como vem acontecendo no PT e no PDT? Quem diria que haveria um grupo se articulando fora do esquema da unanimidade para um enfrentamento polarizado ao grupo do governador?
O fato é que situações que antes não eram sequer cogitadas nos dois primeiros mandatos do governador Paulo Hartung hoje trazem dores de cabeça terríveis. Tudo é conseguido, quando é conseguido, com muita dificuldade, tudo é uma grande batalha e a tendência é de que à medida que 2018 se aproxima, o clima político fique mais tenso ainda.
Sem um Judas para bater, o governador Paulo Hartung não tem armas imagéticas para pressionar o mercado político, como aconteceu com o combate ao “crime organizado”, que sustentou sua bandeira de faxina ética no Estado por oito anos. Hartung, que sempre foi seta, hoje vive a terrível experiência de ser vitrine e não está lidando bem com isso.
A crise da segurança pública, que ganhou seu auge em fevereiro, vem desgastando a cada dia o governador, que antes queria chegar como cabeça no Senado, mas hoje viu sua imagem fora do Espírito Santo ruir. E se fora ele começa a enfraquecer, dentro do Estado a situação não é diferente. Quem diria!
Fragmentos:
1 – O mundo anda tão confuso que é preciso lei para garantir um direito natural. Em Vila Velha, o vereador Reginaldo Almeida (PSC), propôs um projeto de lei que garante às mães do município o direito de amamentar seus bebês em locais públicos e privados, sem que haja qualquer restrição ou constrangimento. O projeto agora segue para sanção do prefeito Max Filho (PMDB).
2 – Acontece nesta quinta-feira (23) a homologação das chapas na disputa da Associação dos Municípios do Estado (Amunes). A eleição acontece na próxima terça-feira (28) e o voto é secreto. Pelo jeito, o sonhado consenso do Palácio Anchieta não vai acontecer.
3 – O deputado Theodorico Ferraço (DEM) pediu a palavra na sessão dessa terça-feira (21) para esclarecer que nem ele nem a deputada federal Norma Ayub (DEM) viajaram com as mulheres apontadas como líderes do movimento da PM e sim que elas foram ao encontro deles para debater o assunto.