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PH alvejado por um ‘arqueiro-mirim’

Não bastasse a artilharia de Ferração (deputado estadual e ex-presidente da Assembleia), eis que surge um menino, de arco e flecha na mão atentando contra PH. Se fosse em outros tempos seria ridículo ou mesmo um suicídio político. Hoje já não mais assim. Se fosse somente por conta de Ferração,  o sossego de Paulo Hartung já teria acabado, pois Ferração é um velho aprontador nato. Cinquenta anos infernizando a vida dos políticos do primeiro time.
Mas o supersecretário Fabrício Gandini, ainda um neófito no andar de cima da política, querer construir uma candidatura para tirar PH da cadeira de governador é a própria confiança de que as condições são favoráveis para enfrentar PH. Não por acaso, Gandini já jogou na praça a candidatura do prefeito Luciano Rezende ao governo do Estado, numa manobra, convenhamos, de raposa velha, avisando para o mundo político a existência de um candidato disposto a acabar com o reinado de PH. 
Mesmo Luciano não sendo ainda o remédio necessário para defenestrar PH do poder, não deixa de ser uma alternativa. Coisa que nunca existiu por toda essa era PH. Mas só tempo dirá.
A jogada é realmente astuciosa  para o momento político do Estado, principalmente pelo inferno astral que passa o governador Paulo Hartung, que anda mal das pernas. Da  prefeitura de Vitória, é bom lembrar, ora em poder de Luciano,  já saíram dois governadores: Vitor Buaiz e Paulo Hartung. A vitrine política da capital ainda continua sendo o caminho mais curto para chegar ao Palácio Anchieta. 
O ambicioso projeto de Gandini é absolutamente correto, muito embora o “candidato” seja um tanto destemperado nos debates, o que o fez quase perder essa última disputa à prefeitura de Vitória para um apresentador de programa de  TV, o deputado estadual Amaro Neto (SD). Foi a chamada vitória pífia, já que todos os candidatos do primeiro turno o apoiaram, além de outros políticos com peso eleitoral como o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Ganhou por uma ninharia de votos, graças a simpatia de um eleitorado predominantemente de classe média, avesso à candidatos com perfil mais popular, caso do apelo eleitoral de Amaro. 
O poder de Gandini é tão grande que preventivamente já pôs para correr da prefeitura a secretária de Comunicação Margô Devos,  reconhecidamente do bloco PH.
Mas tudo isto não deixa de ser a chamada águas paradas, já que PH, como dito há pouco, não anda com muito capital eleitoral para disputar uma eleição para o governo ou mesmo patrocinar um candidato, mas até a hora das urnas haverá muitos padecimentos eleitorais da parte de PH. 
Queiram ou não, para a realidade política do Estado, o surgimento da provável candidatura do Luciano ao governo do Estado, ainda com folga de tempo para o dia da eleição, é uma bênção à acomodação eleitoral de quadros políticos à mercê de PH por falta de opção.
Habituado ao silêncio eleitoral que impunha, imagino como não deve estar sendo doloroso para PH estar se submetendo à audácia de um vereador, me refiro a Gandini porque, antes de supersecretário, ele é, em última análise, vereador. 
Ser confrontado, é com toda essa ousadia, por um político de menor patente deve estar sendo constrangedor para Hartung. Sinal de que os tempos mudaram.

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