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Poema pronto para o uso

Mesmo no balão de oxigênio Ressuscita, a poesia está dando sinais de recuperação, se aproveitando da nossa prisão domiciliar

A poesia está dando sinais de recuperação, mesmo no balão de oxigênio Ressuscita, a moribunda, se aproveitando da nossa prisão domiciliar, e até descubro uns poemetos que declamava na infância. Todos continham uma ou mais vezes as frases e expressões relatadas abaixo (sugiro ler em voz alta). Como se dizia no tempo do coador de flanela, cometi um poema. Hoje a mídia só quer saber dos influenciadores, e os influenciados que se cuidem. Distraída, vou por aí catando assunto para ajudar os escrevinhadores de dicionários que pescam palavras no vasto oceano do linguajar popular, mantendo, encompridando, renovando e alterando nosso santo vocabulário.

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Bom dia ou boa tarde, que tempo, hem? Não me diga, quem diria, né? Ponto de partida, até logo ou até nunca mais, vai de bonde ou vai de trem? Até amanhã, como cresceu, que linda, não sei nem quero saber, tenho raiva de quem sabe. Perca um minuto na vida mas não perca a vida em um minuto. Aguenta firme, é hoje só amanhã não tem mais. depois eu conto, nunca me esquecerei, o tic-tac do relógio, decepção amorosa, nada como um hoje para esquecer de ontem. Quando a felicidade bate à porta, chegou no caminhão da Amazon.

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Ah cruel desilusão, prometo e cumpro, inversão consequencial, saída apressada, assim que passar no concurso, quando o inverno chegar, defeito de fabricação, causa e efeito, quem não arrisca não petisca, não tem de quê, Olha pra isso, meu Cristo, não tem importância, parabéns pra você, não foi nada quem sentiu a dor fui eu, que absurdo, gosto de você, Amélia que era mulher de verdade, Já soube da última? Mamãe, não deixa, bobeou, dançou. Conversão de capital flutuante, lua anêmica é sinal de chuva. Mas como escreve mal essa pessoa,

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Bom de boca, água de beber, Ou vai ou racha, juro que nunca mais, coração empedernido, coração de leão, olhos de águia, onde tem fumaça tem fogo, acho que não, partiu desta pra melhor, até que a morte nos separe, me empresta, ficou melhor assim, estava escrito nas estrelas, depois eu conto, faço votos, ando meio desligada, antes não tivesse vindo, quem ia imaginar, cada vez mais cada vez, não diz coisa com coisa, o negócio é o seguinte, o assunto é outro.

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No fundo do poço, caiu como uma luva, andou de boca em boca, pele aveludada, nem isto nem aquilo, antes tarde do que nunca, lábios de mel, até que a vida nos separe, pessoal e intransferível, gigante adormecido, parece que foi ontem, meus pêsames, que esta data se repita, o tempo não pára, entrou pelo cano, estimo suas melhoras. Pior não pode ficar. Ficou. Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil… Faltou formicida.

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Escrito nas estrelas, tinha que ser, caiu no gosto popular, sai da fossa, ninguém nasce com estrela na testa, bota água no feijão, ninho de cobras, enchendo linguiça, vai com as outras, não foi bem assim, falha de interpretação, erro de cálculo, a vida tá pela hora da morte, feliz natal e próspero ano novo, bondosa senhora, administração profícua, caminhão de ofertas, os últimos serão os derradeiros, santa mãezinha, quem vai ao ar perde o lugar. Coisa do outro mundo.

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Comeu o pão que o diabo amassou, cidadão benemérito, o coração tem razões, quem não tem cão caça com gato, nada como um amor pra esquecer um amor, iluminação feérica, pau pra toda obra, pegou o bonde andando, pau-dágua, saiu de fininho, uma gripezinha à toa…Nada como uma gripe pra acabar com a limonada. Moral da história: de poeta e de louco todo mundo tem um pouco. Com tanta coisa pra fazer, como li isso até o fim?

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