A audiência pública sobre o projeto “Escola Viva” revelou alguns detalhes políticos do governo Paulo Hartung (PMDB) que precisam ser discutidos. Ficou evidente que há uma diferença gritante entre os dois governos anteriores do peemedebista e o atual. Há coisas que vão além da insatisfação de alunos e professores com o projeto.
Ficou claro que no que se refere às suas bases políticas, os deputados não vão aceitar pagar por desgastes oriundos da subserviência ao Palácio Anchieta. Mas chamou a atenção o aceno positivo de cabeça do presidente da Mesa, Theodorico Ferraço (DEM), quando o deputado Sérgio Majeski (PSDB) falou em retirada da urgência. Em se tratando de Ferraço, aí tem.
Hartung está tentando vender uma imagem de democrático, querendo se aproximar do povo, mas não é o estilo dele. Começou o governo em uma relação diferente com a Assembleia e a coisa está indo mal. Na Casa, a irritabilidade dos parlamentares sobre a mão fechada do governador para a acomodação de cargos é visível. Por outro lado, Hartung tem evitado aquela postura de ordem dada é ordem cumprida. Não tem colocado muito a mão.
Mas a falta de traquejo político do líder do governo, Gildevan Fernandes (PV), e do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Roberto (PMDB), tem dificultado a defesa do governador na Casa. Em um cenário com dois ou três deputados que vêm mostrando personalidade no plenário e a base batendo cabeça, o governador vai ter de voltar à velha postura unilateral ou a coisa vai degringolar, já que no debate horizontal, ele já mostrou que não sabe fazer.
Quanto à sociedade civil, falta um pouco de noção de realidade. O projeto Escola Viva pode até ser interessante, mas se transformou em uma pauta negativa para o governo. E vem aí o projeto de ocupação social. Tudo feito sem conversar com os movimentos sociais ligados às áreas em que as ações serão implantados. A audiência pública dessa terça abriu um precedente: a sociedade pede um diálogo que a equipe de Hartung demonstrou não estar preparada para fazer.
Fragmentos:
1 – Na audiência Pública sobre o projeto Escola Viva, a professora Noêmia Simonassi, de Colatina, chamou a atenção para uma questão que vem se tornando regra no Estado. Parece que tudo que é bom para Pernambuco é bom para o Espírito Santo. “Nossa realidade é outra, lembrou a professora”.
2 – Foi instalada a CPI da Sonegação de Impostos, que terá Enivaldo dos Anjos (PSD), presidência; Marcos Mansur (PSDB), na vice e Cacau Lorenzoni (PP), na relatoria.
3 – Com 155 indicações no Expediente da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (18), o deputado Bruno Lamas (PSB), que comandava a sessão, pediu a compreensão dos deputados para a votação em bloco dos itens da pauta.