Com o fim das eleições, os olhares se voltam para a disputa à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, biênio 2015-2016. Até agora, o único que anunciou que colocará candidatura é o deputado estadual Hércules Silveira (PMDB), mas já apareceram como cotados os nomes de Guerino Zanon e Luzia Toledo, também do PMDB, e Enivaldo dos Anjos (PSD). Como se sabe, só há duas maneiras de se chegar ao comando da Casa, pelas mãos do governador ou pela formação de um núcleo de deputados com capacidade para fechar a maioria dos votos, o que no Estado seria uma rebelião. Basta lembrar o histórico de subserviência da Assembleia ao governo. Nas últimas legislaturas, os presidentes foram escolhidos de cima para baixo, com episódios de manobras e muitos acordos a portas fechadas. Desta vez, há alguns pontos a se considerar: metade de renovação na Casa, cenário político dividido, e o retorno de deputados com experiência e voo próprio. Por outro lado, a mão que influirá no processo é a do governador eleito, Paulo Hartung (PMDB), que a classe política não esquece, é pesada.
Repeteco
Dos nomes, até agora, o que parece com mais chances de emplacar é Guerino. Aliado de primeira hora de Hartung, o governador eleito já teve essa experiência com o ex-prefeito de Linhares. Obviamente, saiu tudo como manda o figurino. Ou até melhor.
Convence?
No caso de Luzia, dizem que a deputada tem um trunfo para a mesa de negociação. Foi a primeira a manifestar lealdade e apoio à candidatura de Hartung. Naquele momento, os demais parlamentares do partido lideravam movimento em sentido oposto.
Não consolida
Já Hércules tem voto nas urnas, mas dificilmente será colocado no posto pelas mãos de Hartung e, muito menos, pelo plenário.
Papa-tudo
A concentração de cotados no PMDB, porém, deverá gerar insatisfação. O partido fez o governador, a senadora Rose de Freitas, e ainda quer levar a presidência da Assembleia?
Tem cacife
Enivaldo dos Anjos (PSD), pela experiência política e força no norte e noroeste do Estado, poderia até liderar esse movimento de rebelião do plenário. Mas ele teria interesse? Hartung também não deixaria.
Sem unanimidade
Há, ainda, partidos com bronca com o PMDB, como o PT, que tem três deputados eleitos. E, ainda, distribuição pulverizada na Assembleia. A maior bancada tem apenas quatro parlamentares e mais 16 partidos conquistaram cadeiras na Casa. Até conciliar todos os interesses, será necessário muita conversa.
Dada a largada
Outro fator que vai pesar na escolha são as eleições municipais de 2016. Entre os parlamentares da nova legislatura, muitos são prováveis candidatos a prefeito. A dois anos da disputa, as movimentações já começaram.
Memória
No governo Hartung, além de Guerino, ele fez presidente Claudio Vereza (PT), César Colnago (PSDB) e Elcio Alvares (DEM). As manobras ditaram as regras.
Memória II
Já o governador Renato Casagrande, primeiro fez o ex-deputado e atual conselheiro de Contas, Rodrigo Chamoun (PSB), atropelando o plenário, que queria Sérgio Borges. E, depois, Theodorico Ferraço (DEM), por mandato tampão e, em seguida, por manobra que mudou o regimento e garantiu sua reeleição. Embora aliadíssimo de Hartung, o que circula nos bastidores é que Ferraço não levará mais esta. Mas, aquela coisa: nada é impossível.
No chão
Todo mundo sabia que o deputado estadual Paulo Roberto (PMDB) levaria um banho das urnas este ano, mas 138 votos foi uma marca um tanto reveladora. Explica, sem dúvidas, a renúncia dele, em cima da hora. Principal servil de Hartung, o resultado seria um tiro no pé dele, mas, principalmente, do governador eleito. Os dois já sabiam das previsões.
No chão II
Para se ter uma ideia, o concorrente de Paulo Roberto, que também tem reduto no norte do Estado, Eustáquio de Freitas (PSB), foi reeleito com 33.945 votos. Atropelou.
No chão III
Sem trajetória política consolidada, a única saída de Paulo Roberto é servir ao seu amo, para que tenha, assim, um espaço no mercado. Mesmo que, para isso, protagonize cenas lamentáveis como as registradas na Assembleia nos últimos tempos. Papelão.
Não para
As eleições acabaram, mas o oba-oba na Assembleia, não. Nesta quarta-feira (15), às 19 horas, o deputado estadual reeleito Gildevan Fernandes (PV) realiza mais uma sessão solene para homenagear a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Vai entregar placas a 16 pessoas.
140 toques
“Dilma está numericamente à frente no Vox Poppuli (45%), mas continua empatada com Aécio (44%)”. (Carta Capital – no Twitter)
PENSAMENTO:
“Quando não se pode derrotar, fica-se sócio”. Ulysses Guimarães