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Quando tudo isso passar

Coringa, transitava em qualquer palanque, se adaptava a qualquer comício

Comemorando as eleições no Brasil, por aqui as janelas e jardins já estão cheios das decorações do Halloween – que só vai dar as caras no final do mês designado como o oitavo, embora seja o décimo. Mais uma vez, culpem a política. Por que a pressa? Os gramados viraram plantações de abóboras que mais parecem campos minados. Monstros e fantasmas convivem pacificamente pelas portas e varandas. Buuu!

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Justamente agora, o famoso pretinho básico foi deposto – perdeu a vez mesmo sem impeachment, esse que tanto prazer nos deu. Coringa, transitava em qualquer palanque, se adaptava a qualquer comício, tipo vai com as outras: bastava um vestido preto, e chovia voto. Usado com salto alto era o ultra sumo da elegância para as cerimônias de posse ou deposição.

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Com salto baixo, se comportava bem nos debates, inauguração de escolas e hospitais, posse de ministro, missa ou culto evangélico. Versátil, ele se adaptava a todas as tendências e combinava bem com todas as outras cores. Usado com tênis, assumia uma personalidade esportiva, livre e solta. Era a melhor pedida para as passeatas e carreatas, motoatas, barcoatas e quantas mais atas inventassem.

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Totalmente avessa à política, por mais que se esforcem os estilistas, já não há como inventar uma cor que substitua o pretinho básico – todas as nuances já foram amplamente exploradas – do vestido da deputada ao terno do governador, da gravata do prefeito ao caixão dos derrotados e depostos. O problema é que o pretinho é imbatível: não há quem não fique bem – de norte a sul.

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Dizem que os soldados romanos já se vestiam de preto a nas guerras de conquista, ou seja, nada de novo sob o sol e a chuva, Aguardemos, pois, o que vem por aí. Os estilistas estão em quarentena aguardando dois eventos que vão mudar o mundo: as eleições no Brasil e a guerra na Ucrânia. Quem sobreviver que se cuide.

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Isso explica a chegada do Halloween mais cedo – temendo um racionamento de monstros e bruxas. Quem não esperou foi o Ian, o furacão, que fez estragos por aqui, mas não nos atingiu e ganhamos três dias de feriado fora de hora. Mas são um transtorno, alterando nossa rotina e trazendo prejuízos para todos. Já nos acostumamos, porque a gente se adapta até com a quinta vacina. Buuu, Covid!

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