Na entrevista aos jornais da Associação dos Diários Associados, o governador eleito Paulo Hartung (PMDB) deu um recado velado que deixou muita liderança sem dormir. Lembrou dos 66 prefeitos que assinaram o apoio à reeleição de Renato Casagrande (PSB) e destacou novamente o que chama de “uso da máquina” da Prefeitura de Vitória. Isso sem falar que não vai esquecer os “ataques pessoais” promovidos pelo palanque palaciano.
Enfim, deixou bem claro que sua movimentação política não vai incluir as lideranças que apoiaram seu adversário. “não ficou bonito para eles”, disse se referindo aos prefeitos. Em seguida, disse que estava brincando, que é página virada, mas será? Ser municipalista não significa dar colher de chá para prefeito e dá para imaginar como Hartung vai conciliar isso.
Será ao lado dos adversários dos prefeitos aliados do “outro lado” e de deputados estaduais, vereadores e outras lideranças de cada base. Assim, desgasta politicamente o prefeito, fortalece os aliados e prepara o caminho para a revanche em 2016. Não tenha dúvida o eleitor, que na eleição municipal isso vai ter volta.
Quem esteve com Casagrande vai tentar se aproximar de Hartung, mas ele sabe muito bem quem só assinou o documento para não se indispor com o Palácio Anchieta e quem fez campanha mesmo para o socialista. Sim, isso aconteceu, e muito. Alguns prefeitos declararam apoio a Renato Casagrande e pediram votos para Hartung em seus municípios. Esses serão reconhecidos pelo novo governador, os outros vão se preparar para uma difícil eleição em 2016.
As lideranças políticas da Grande Vitória e do interior sabem muito bem que Hartung não é de virar página, não é de superar. Para ele, não há adversários a serem derrotados e sim inimigos políticos a serem destruídos. A essas lideranças há dois caminhos a seguir: a primeira é sentar e esperar a avalanche, o outro é se reunir em grupo e formar a oposição. Assim terão o argumento do embate político.
Fragmentos:
1 – O segundo turno chega ao fim sem que o Espírito Santo tenha recebido a visita dos presidenciáveis na disputa. Tanto Dilma quanto Aécio estão focados nos grandes colégios eleitorais.
2 – Se não estão interessados no Espírito Santo na campanha eleitoral, o que faz o eleitor capixaba acreditar que na presidência ou um ou outro vai dar ouvidos ao chororô da bancada capixaba?
3 – Às vésperas da eleição, será que o último debate entre os presidenciáveis vai mudar a opinião do eleitor?
