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Renovar o quê?

A conhecida Marina, mais uma vez candidata à Presidência da República, não traz nenhuma novidade; Gustavo De Biase, o mais novo postulante ao Palácio Anchieta, da mesma forma. Ambos personificam o poderoso “Deus Mercado”, usado na engrenagem construída com o objetivo de ampliar o controle por núcleos que já comandam a sociedade.
Por meio do sequestro do Estado por uma via facilitada pela classe política mais preocupada com seus privilégios, esquecida de direitos e causas sociais, esse controle já é exercido fortemente e caminha para o domínio total.
Para tanto, é fundamental o envolvimento de seus agentes na política partidária, com estabelecimento de núcleos organizados de líderes difundindo as mesmas ideias e com a mente revigorada em direcionamentos erguidos em treinamentos de alto nível, dentro do modelo que elegeu o empreendedorismo, a superação e outros chavões usados em cursos de formação desses  “novos” líderes.
É o velho com a maquiagem de novo, formado em organizações bancadas pelo capital financeiro. Objetiva substituir os maus políticos envolvidos em corrupção e, também, funcionar como barreira aos movimentos sindicais de trabalhadores, do pessoal do chão de fábrica que a cada dia toma corpo no País, apesar da onda contrária erguida pelas corporações de mídia, o Judiciário e o poder público em geral.  
Como a presidente do seu partido, Marina, que já rodou pelo PT, PV e PSB, antes de fundar o Rede, sempre para ser candidata a presidente da República, De Biase segue trajetória parecida: começou no Psol, em 2012,  passou pelo PSB, e hoje está no Rede. Em ambos, inexiste a base ideológica, característica do fazer política de forma correta, da forma como ele mesmo demonstrou em seus tempos do Psol.      
A sustentar todos esses movimentos, comandados pelo “Deus Mercado” e seus conceitos neoliberais e privatistas, sobressai-se a marca de grandes conglomerados empresariais e a ativa participação de famosos.
O apresentador de TV Luciano Huck é um deles, juntamente com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, representante maior do chamado Consenso de Washington no Brasil, que objetiva impor, desde a década de 90, as políticas públicas para a América Latina a partir dos interesses dos Estados Unidos.  
Marina é bancada pelo poderoso banco Itaú, que ostenta um lucro de R$ 6,8 bilhões no primeiro trimestre de 2018, seguindo para ultrapassar os 24 bilhões de lucro obtidos em 2017, e pela gigante de produtos de beleza Natura.
De Biase, como fruto do projeto RenovaBR, erguido com o ‘fundo cívico’ criado pelo financista Eduardo Mufrej, dono de banco de investimentos, ganhou bolsa de formação de líderes e está no tal fundo, que o capacita ao recebimentos de mimos de campanha, ainda não se sabe qual e de que modo.
Nesta semana, o Instituto Milenium, outro braço das corporações empresariais que invadem a política, presidido por outro ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, anuncia a produção de conteúdo para redes sociais, agências de notícias e outros meios para divulgar a “nova” política.  Evidentemente, dentro de conceitos americanistas que dominam não só a política, mas a maioria dos centros de comando do País.  
Com esse cenário, velhos personagens da política usam outra indumentária e, travestidos de cordeiros, conseguem passar outra imagem. Na realidade, não passam de velhos políticos, sob o comando de corporações cujos interesses passam longe das necessidades e direitos da sociedade, e cujas ideias mudam conforme o momento.

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