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​Reviravolta na política americana

Um movimento de cabeça envolveu o futuro das eleições nos EUA

A política norte-americana, nos últimos dias, sofreu uma reviravolta impactante, começando pelo atentado ao ex-presidente e candidato republicano Donald Trump, que por um sutil movimento de cabeça ao ler um prompter, escapou de levar um tiro de fuzil AR na testa, sendo que o projétil passou zunindo e fez sangrar a sua orelha direita, o que evitou uma tragédia.

Ou seja, o destino da política americana se definiu entre a morte de Trump e o que acabou acontecendo, um atentado que falhou por muito pouco. Aqui, do reino do imponderável, se retira mais uma vez a sua eficácia, pois um movimento de cabeça envolveu o futuro das eleições americanas e da História Americana e Mundial, uma vez que o fato quase foi outro.

Por sua vez, após este atentado do dia 13 de julho, no comício em Butler, na Pensilvânia, a diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, foi intensamente questionada e pressionada a renunciar ao seu cargo.

Ela participou de uma audiência do Comitê da Câmara nessa segunda-feira (22) e, na terça (23), renunciou ao cargo do Serviço Secreto. As falhas de segurança no dia 13 de julho foram determinantes para a sua saída do cargo. Cheatle admitiu que o atentado na Pensilvânia foi o “fracasso operacional mais significativo” do Serviço Secreto em décadas.

Testemunhas afirmaram terem visto um homem com um rifle no telhado minutos antes do atentado. Cheatle foi questionada por esta falha e afirmou que estão sendo avaliadas responsabilidades e quem deveria fornecer vigilância.

Após o atentado, chegou a informação de que a polícia tinha avistado o atirador com um telêmetro, mas o perdeu de vista. O atirador, por sua vez, ressurgiu num telhado próximo, atirando com seu rifle tipo AR.

Antes de renunciar, Cheatle afirmou que um relatório completo sobre a investigação interna está em andamento e que será divulgado nos próximos 60 dias. Joe Biden, por sua vez, afirmou na rede social X que continuam as investigações sobre a tentativa de assassinato de Donald Trump, dizendo: “Estou ansioso para avaliar as suas conclusões. O que aconteceu naquele dia nunca mais poderá acontecer”.

O atirador foi identificado pelo FBI como sendo Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, de Bethel Park, na Pensilvânia, e acabou sendo morto pelas forças de segurança no local, logo após realizar o tiroteio. Crooks também tinha material explosivo dentro de um carro e em casa.

E a reviravolta na política americana continuou, pois, depois de ser bastante questionado sobre suas faculdades mentais, sobretudo após os lapsos no debate contra Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou nesse domingo (21) a sua desistência da candidatura à reeleição, em carta divulgada nas redes sociais, contudo, também afirmou que cumprirá o restante de seu mandato.

Depois do anúncio, Joe Biden declarou o seu apoio à candidatura de Kamala Harris à Presidência dos Estados Unidos. Kamala Harris conseguiu agregar rapidamente os democratas em torno de seu nome e ligou o alerta no Partido Republicano.

Outro fato importante foi que Kamala Harris conseguiu turbinar sua campanha com mais de US$ 80 milhões em doações. Donald Trump reagiu atacando tanto Kamala como Biden nas redes sociais, demonstrando que o Partido Republicano sentiu o movimento e a pauta virando para os democratas depois do atentado ter colocado em destaque o nome de Trump.

Uma reação atabalhoada também se deu através do presidente da Câmara, Mike Johnson, e alguns senadores republicanos, que defenderam a renúncia de Biden da presidência, alegando que se ele não tem condições de disputar a reeleição, também não teria capacidade de terminar o seu mandato atual.

Houve até quem invocasse a 25ª Emenda à Constituição americana, que prevê a remoção do presidente do cargo, se for considerado incapacitado ou desonesto. Tal decisão, contudo, teria que ser liderada por Kamala Harris, vice-presidente e, por sua vez, presidente do Senado, o que demonstrou de novo a confusão republicana diante desta mudança de rota dos democratas.

Por sua vez, Trump foi ungido na convenção de Milwaukee por seus simpatizantes cinco dias após o atentado na Pensilvânia. Contudo, o que seria um caminho para a sua revanche com Biden, se deparou com a mudança democrata com a desistência de Biden e a aglutinação do Partido Democrata em torno de Kamala Harris, obrigando agora uma rearticulação da campanha republicana.
Por fim, o comício de Kamala nessa segunda (22), em Delaware, já mostrou as suas credenciais para a disputa contra Trump, afirmando a sua imagem como promotora de Justiça, contrastando com os escândalos jurídicos em torno de Donald Trump.

Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Blog
: http://poesiaeconhecimento.blogspot.com

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