Medidas contra a Covid-19 anunciadas pelo governo para o feriadão precisam ser mais rígidas e duradouras
O período é crítico, a curva ascendente da contaminação mostra que ainda se está longe de uma fase mais tranquila. No Espírito Santo, 42 municípios estão com risco moderado, 36 com risco alto.
Segundo especialistas, o Brasil está no pior momento da pandemia e o Estado não é exceção. Nesse contexto, e seguindo o exemplo de outros centros urbanos, as medidas deveriam ser mais rígidas desde agora.
Estamos em uma situação que é agravada pela falta de um programa coordenado pelo governo federal, que transformou os esforços para conter a Covid 19, a doença provocada pelo coronavírus, em um embate político-ideológico, estimulando aglomerações e outros casos de desobediência civil, ignorados por quem de direito.
Desse modo, só por meio de amplas negociações, o governo federal concordou, em 6 de maio, com a ajuda financeira a estados e municípios, a fim de compensar a queda na arrecadação. A primeira parcela, apesar da emergência, só foi liberada no último dia 9, mais de um mês depois de a medida ser aprovada. Contribui para cobrir brechas na máquina pública, mas perde a consistência por não fazer parte de um programa com objetivos específicos.
O governador Renato Casagrande anunciou medidas de restrição máxima de circulação de pessoas, uma forma de lockdown, que poderão ser implementadas quando a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ultrapassar 90%, válidas por pelo menos 14 dias.
Exemplos que vêm de fora do País e o atraso com que o Brasil iniciou o enfrentamento ao coronavírus, devidamente comprovado, demonstram que, na fase atual, as medidas anunciadas pelo governador deveriam ser estendidas. Não basta querer sensibilizar a população anunciando um risco que está por vir, quando na realidade ele já está às portas e demonstra celeridade significativa, como mostram os dados oficiais, com quase mil mortos e apontando para cima.
As medidas anunciadas para o feriadão, se estendidas, certamente resultarão em controle mais efetivo da doença, com redução dos níveis de contaminação, embora, de outro lado, gerem críticas de setores descompromissados com a proteção da sociedade. O risco já é extremo e assim precisa ser considerado.