As lideranças do PSDB capixaba, os chamados tucanos de alta plumagem, têm de parar com essa história de fazer de conta que nada está acontecendo dentro de casa. Quando acontece reunião da Executiva e os murros na mesa são publicados no jornal, é preciso tomar uma providência.
Que quebra-pau em reunião de partido é comum, ninguém tem dúvida, mas quando isso chega à imprensa, é porque está na hora de alguém dar um basta. Esse tipo de confusão deve ficar entre quatro paredes. As lideranças devem discutir sim, mas internamente.
E o pior, a confusão foi porque alguém disse que César Colnago perdeu o controle do partido. Colnago é o vice-governador do Estado e começa a trabalhar sua musculatura para, quem sabe, em 2018 ser o candidato à sucessão. Colnago vem mantendo distância segura da confusão, mas quando se fala até em intervenção da Nacional, mais cedo ou mais tarde vai voar pena de tucano.
O PSDB tem uma missão muito clara no Espírito Santo: fazer com que o partido dispute no maior número de municípios possível em 2016, para que a base do presidenciável Aécio Neves saia fortalecida para a disputa de 2018. Mas para que o partido chegue forte na eleição do próximo ano, precisa estar organizado internamente.
A confusão acontece no diretório mais importante do partido, o de Vitória. Por isso a preocupação. Em 2012, o partido perdeu mais da metade dos municípios que administrava no Estado, de 13 caiu para seis. Precisa crescer este ano e conquistar prefeituras importantes.
Além disso, o que divide o partido é a movimentação com o governo do Estado. Parte do tucanato acha que o partido teria ganhado mais no palanque de Renato Casagrande (PSB), que oferecia a vaga de senador para o partido disputar com Luiz Paulo Vellozo Lucas. Os espaços ocupados na equipe de Hartung contemplam mais os aliados do governador do que o partido propriamente dito.
É preciso sentar e definir os rumos do PSDB no Estado, de preferência, sem a imprensa na sala ao lado.
Fragmentos:
1 – Com cinco meses de governo, o diretor do Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Prodest), Renzo Colnago, ainda não ganhou a simpatia dos servidores e profissionais de Tecnologia da Informação.
2 – Dizem que ele gosta muito de corrigir os servidores quanto aos termos informáticos, mas os planos de tecnologia do governo, que é bom, não andam muito bem das pernas. Já tem gente torcendo para que sua passagem pelo instituto seja temporária.
3 – Aliás, a equipe de Hartung, que foi anunciada com tanta pomba, privilegiando a experiência nas áreas e o profissionalismo, não está correspondendo a essas apresentações. Há muita insegurança no mercado.