No processo de tentar recuperar a sua imagem política, que saiu arranhada do processo eleitoral, o governador Paulo Hartung tem usado e abusado da crise econômica para criar um cenário caos que possa continuar sustentando sua vitrine. Ele usa esse recurso para tudo.
Quando tem de se posicionar na questão nacional, usa a crise como uma tangente para não sair de cima do muro, afinal, quer manter a relação institucional em dia – acabou e assinar um convênio bilionário no gabinete do ministro da Fazenda –, mas também não quer ficar contra a oposição, defendendo o governo federal.
Em uma busca incessante para acabar politicamente com seu antecessor, Renato Casagrande, repete a ladainha do rombo encontrado nas contas, após assumir o governo pela terceira vez. Tem reclamado da falta de responsabilidade do antecessor e etc. Na verdade, a coisa não é bem assim.
Se Hartung tivesse encontrado uma situação tão ruim como aponta, dificilmente conseguiria se reerguer em 10 meses de gestão, ainda mais porque de lá para cá a crise nacional não mostrou sinais de melhora, embora o Espírito Santo não possa reclamar da sua saúde financeira em relação a outros estados.
Com os prefeitos, a situação é ainda mais complicada, porque nela está incutida a discussão política do próximo ano, que é eleitoral. Hartung faz cena com recurso que é de direito dos prefeitos e ainda dá conselhos, como um pai rigoroso que dá uma mesada para o filho e diz: “Não vai gastar tudo com bala, que te estraga os dentes”.
Assim ele passa a impressão de que está tomando as rédeas do Estado e colocando-o de volta nos trilhos, como tanto pregou. Com isso, faz com que a população não coloque uma lupa em seu governo, porque aí seria possível perceber que a tal energia empregada na gestão, não trouxe essa choque de gestão que ele tanto prometeu.
Fragmentos:
1 – O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) comprou uma nova briga com o Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual (MPES). Ele apresentou uma PEC que barra o pagamento de auxílio-moradia para membros do Judiciário e MPES que morem a menos de 150 km do trabalho.
2 – Embora os deputados estaduais tenham celebrado a harmonia com os outros Poderes, esqueceram de combinar com o deputado Enivaldo dos Anjos.
3 – Neste momento, o entendimento do mercado político da Capital é de que o principal adversário do prefeito Luciano Rezende na eleição do próximo ano é ele mesmo.