Cada terra com seu uso, dizem por aí, e a experiência confirma, tudo muda, mas nem tudo. Se você visitar um amigo, ele provavelmente vai perguntar se você aceita um cafezinho, mesmo se não tiver pó e o coador esteja furado. Se for uma pessoa gentil, claro. Mas em sendo seu amigo, será.
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Se porém, o visitado morar nos States, você jamais ouvirá essa pergunta, mesmo que tenham coador e pó de café em abundância, ou mais provavelmente uma dessas maquininhas cafeteiras que cada dia tornam o café mais sofisticado. Por aqui a bebida é muito apreciada, e o Starbucks agradece, mas a pessoa visitada vai perguntar se você aceita uma Coca-Cola, mesmo se ele só tem Pepsi.
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Ainda novata nas terras do Tio Sam, uma vizinha de apartamento sempre me oferecia, Quer uma Coca? Eu recusava, mas desconhecendo os costumes locais, ficava intrigada: Tem mesmo, ou é só um hábito? Mesmo receando pôr em risco nossa recente amizade, finalmente resolvi aceitar. E lá veio uma Coca-Cola geladinha! Tal como nosso pó de café no armário, nunca falta na geladeira.
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Nas viagens, o que mais vejo em hotéis e restaurantes é darem Coca-Cola para as crianças no café da manhã, enquanto eu batalho para achar um leite, ou pelo menos um suco menos “from concentrate”. É claro que vão tomar Coca-Cola pelo resto da vida. Se não tem, traz Pepsi.
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Se estiver na China, você vai almoçar em um McDonald ou na Pizza Hut e dormir no Hilton ou Holiday Inn. Com dinheiro sobrando, vai pro Shanghai Tower, em Xangai – 50 mil dólares por noite. Em qualquer um desses tem Coca-Cola, mas antes você vai seguir o ritual – primeiro uma caneca de chá, depois business.
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O que não é surpresa, uma vez que o chá veio da China, e mais que um hábito, é uma tradição. Tomam todo dia e a qualquer hora, sozinhos ou bem acompanhados. Chegou visita? Primeiro o chá, depois as fofocas. Visitamos fábricas de confecção, e em cada escrivaninha, em cada máquina de costura, descansava uma canequinha (com tampa) esperando o servidor de chá vir reabastecer.
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A bebida mais antiga do mundo nasceu na China há mais de cinco mil anos. Portanto, eles entendem do assunto, e costumam dizer que em apenas uma caneca de chá se acumulam milhares de culturas. Oferecer o chá para uma visita é sinal de prosperidade e união. Marco Polo levou o chá da China como presente para o Imperador da Índia.
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Se os chineses são os especialistas, aprenda com eles como apreciar a bebida nos três primeiros goles: o primeiro prepara seu paladar para receber todos os sabores do chá, o segundo é para sentir as notas aromáticas da bebida, e o terceiro você vai apreciar a mescla como um todo. Sempre que ficava confuso, Confúcio dizia, Nada como um chazinho pra clarear as ideias.
