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Vale o escrito?

As acomodações direcionadas para formar a chapa da disputa ao Senado com o apoio do Palácio Anchieta carregam um componente que por vezes passa despercebido ou só é falado “à boca pequena”.  
 
É o acordo firmado em agosto de 2017 por nada menos do que 19 dos 30 deputados estaduais de apoio à candidatura do Senado do colega Amaro Neto (SD).
 
Apesar de algumas poucas dissidências, está valendo o escrito, segundo analisa o mercado político, adotando uma postura que leva os puristas a torcerem o nariz.
 
Em que pese a movimentação política contrária, o fato é que os senadores Ricardo Ferraço (PSDB) e Magno Malta (PR), de forma mais destacada,  correm o risco de perderem o mandato.  
 
Ao assinarem a carta de apoio, os parlamentares acolheram a sinalização emitida pelo Palácio Anchieta, considerando que todos eles formam a base de apoio do governo na Assembleia Legislativa. 
 
Quando colocou no cenário político essa movimentação, o governador Paulo Hartung antecipava a corrida eleitoral e, ao mesmo tempo, demarcava o terreno onde pretendia atuar, como faz agora, sete meses depois.
 
Não é sem motivo, portanto, que o senador Magno Malta (PR) se encontre em terreno arenoso no caminho para a reeleição. Isso por conta de movimentos que levam Hartung, quase que explicitamente, a rejeitar a tentativa de aproximação ensaiada por ele, em 2017.

 

Seguindo adiante, o grupo de Amaro Neto trabalha com a candidatura ao Senado de forma mais intensa, visando ampliar sua influência a outras áreas do Estado, mantendo, como ponto essencial, a expressiva votação na Grande Vitória, que por pouco não tirou a reeleição do prefeito Luciano Rezende (PPS).
 
Esse cenário conseguiu desfazer a parceria entre Ricardo Ferraço e Magno Malta. Depois de andarem juntos e anunciarem projetos conjuntos, os dois se afastaram e cada um corre para garantir densidade eleitoral com vistas à reeleição. 
 
Ricardo Ferraço, mesmo em baixa, conta com apoios mais consistentes, como o do pai, o influente deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM),  e a classe empresarial, da qual ele é um dos representantes mais destacados no Congresso Nacional. 
 
Pesam contra ele o apoio dado publicamente a medidas impopulares do governo federal, como a reforma Trabalhista, e problemas ainda não superados com a operação Lava Jato. 
 
Quanto a Magno, continua investindo nas camadas mais desinformadas do eleitorado e, principalmente entre os evangélicos, que ainda embarcam em suas campanhas desenvolvidas com enorme senso de oportunismo, mas com pífios resultados.  
 
Desse lado da disputa, o dedo que impera no cenário é do governador Paulo Hartung, que pode mudar a direção do barco. O acordo está mantido, mas outros fatos podem alterar o desempenho dos atores. 
 
Isso ditará as prioridades para acomodar o próprio governador, cuja tendência é concorrer à reeleição.  
 
Seja como for, os dois senadores estão em terreno minado. Principalmente porque o fator Amaro representa, acima de tudo, reforço às bases de palanques eleitorais para os estaduais, como puxador de votos com o apoio da máquina oficial. 

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