Minhas caminhadas terminam inevitavelmente em uma barraquinha de água de coco.
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E a nossa água de coco! É incrível que em uma região cheia de coqueiros como a Flórida, poucos apreciem: os coqueiros são considerados decoração dos quintais e avenidas, como as palmeiras e as flores. Em sendo verão é tempo de mangas, e essas também apodrecem no chão, poucos as colhem. Deixam para o regozijo dos esquilos. Apesar da fartura, nos supermercados são vendidas a $1,00 dólar.
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Minhas caminhadas matinais terminam inevitavelmente em uma barraquinha de água de coco. Natural, a verdadeira pausa que refresca. Pago com umas notas de Real esquecidas de há muito no fundo da bolsa e o vendedor se espanta – Nota de um real? Isso não existe mais. Pois é isso mesmo, não sabia que caíram de moda e hoje estão desmoralizadas e superadas. Pergunto desde quando e o dono da barraquinha acha muito engraçado. Imagina se minha coleção de moedinhas de 1 centavo de dólar (cinco centavos dos nossos) também deixarem de circular – perderei uma fortuna!
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As moedas mudam, os valores flutuam como barco sem remo. No meu curto (sic) período de vida, quantas moedas existiram e sumiram? Perdi a conta, mas lembro dos vendedores passando manhã cedinho pelas ruas, apregoando as frutas e verduras cultivadas em suas hortas (deles) – Quanto custa a banana? Mamãe pergunta, e o vendedor informa que custa um tostão. Está cara, ela reclama, mas compra. Eu me confundia: como pode ser cara se o tostão é a moeda de menor valor? Quem ainda se lembra da moedinha de um tostão? Do fogão de barro branco? Do arco da velha?