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Viver de amor não basta

Graças aos avanços da ciência e aos remédios que ela cria constantemente, estamos vivendo mais e melhor. Ou não, que quanto mais vivemos, pior ficamos. É o caso do Alzheimer, cuja incidência aumenta porque vivemos mais. Deus nos livre! No entanto, é  quando os casos aumentam que a ciência – leia-se indústria farmacêutica – se debruça sobre o problema, tentando achar remédios ou pelo menos preventivos que nos curem e os deixem mais ricos.
 
Não mude de página, apressado leitor, que Alzheimer e outras demências não são problemas de velhos, apenas. A prevenção deve começar cedo – ou ontem. Enquanto vacinas e/ou remédios não chegam, os especialistas descobriram que a melhor prevenção é a mudança de hábitos. Tá bom, estamos cansados de saber que comemos errado, temos vida muito sedentária, etc, mas o futuro tá ali na esquina, e já que ninguém quer morrer, a velhice é inevitável.
 
Melhor se preparar para o que der e vier. Primeiro, e principalmente, cuidando do coração, que viver só de amor não basta. Reduzir o risco de ataques cardíacos não apenas vai esticar sua vida, mas também manter o  cérebro em boa forma. Portanto, evitar e/ou controlar: a hipertensão cardíaca, as altas taxas de lipídios, o colesterol alto, a obesidade e a Diabete tipo 2.
 
 Aprender coisas novas também funciona, e nisso estamos bem –  a boa tecnologia está sempre criando um novo tipo de celular, por exemplo, e a gente tem que aprender tudo de novo. Não reclame, é bom pro cérebro. Falando sério, pesquisas têm demonstrado que ler e escrever melhora e mantém a boa saúde mental nas chamadas Terceira e Quarta Idades. Não importa ler o quê, portanto, sugiro minha coluna. Quanto a escrever, não precisa criar um novo Guerra e Paz – cartas, emails e mensagens de texto também ajudam.
 
Amigos são pra essas coisas. Uma vida social ativa melhora a memória e eleva os índices cognitivos. Não se exceda em festas, porém, que vida social significa não se isolar, mas se comunicar mais. Estar conectado no Facebook acho que também ajuda – a solidão é má companhia. Cuidado com a depressão, principalmente na meia-idade. A depressão dobra o risco de declínio cognitivo,  embora os estudiosos não saibam ainda se é a causa ou o efeito.
 
Ache tempo para exercícios físicos – sem desculpas. Diz o médico ao paciente ocupadíssimo: “O que você prefere, passar 30 minutos do seu precioso tempo fazendo exercício ou 24 horas morto?” O exercício reduz o risco ou a intensidade do declínio cognitivo, principalmente os aeróbicos, que aumentam o volume de certas áreas do cérebro que tendem a encolher  com a idade. Para encerrar um bom dia e o assunto, tenha uma boa noite. O sono  é bom para o cérebro, evitando ou protelando o triste fim das nossas belas lembranças.  

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