Uma campanha está rolando pelo Facebook nesta reta final das eleições, alertando todos os LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) para a importância de votar em candidatos envolvidos ou simpáticos aos direitos civis da diversidade sexual. Devemos observar atitudes tanto pró quanto contra, as falas, posturas, histórico, etc.
Estamos sendo ameaçados pelo conservadorismo e pelo fundamentalismo religioso, que pretende aumentar consideravelmente sua representação legislativa, assumir cargos de relevância administrativa, para assim, difundir com maior eficácia seus dogmas religiosos, o preconceito e segregação, revogar a laicidade constitucional implantando uma teocracia oportunista e agressiva.
Esse perigo, que agora parece exagerado, na verdade vem sendo arquitetado já há algum tempo. Estamos frente a mais uma tentativa de retrocesso que quer nos empurrar de volta aos guetos e armários, roubando a nossa cidadania.
A conscientização política nos transforma em opositores, fortalecendo as nossas defesas, abrindo espaço para um debate social, que visa promover a inclusão, criando mecanismos de proteção como o PL 122/06, que criminaliza a homofobia, até hoje estagnada no Senado.
Essa luta inclusiva vem de braços dados com todas as parcelas menores da sociedade, como as mulheres, que hoje contam com delegacias especializadas, com a lei Maria da Penha e uma participação maior no mercado de trabalho, com mais respeito e dignidade, criminalizando o machismo, que, mesmo assim, até hoje assusta, dando ao nosso estado o triste recorde de mulheres assassinadas .
Também os negros, que hoje se posicionam socialmente com cotas para as universidades, acesso facilitado ao mercado de trabalho, que contam com uma legislação especifica contra ao racismo. Porém ainda alvo principal da violência policial, olhado com desconfiança e sempre suspeito da culpa do ilícito, agredidos em estádios de futebol, tanto atletas quanto torcedores.
Mesmo hoje, apesar das políticas inclusivas, negros, mulheres e estrangeiros ainda sofrem com o estigma e são segregados. Percebam o perigo que nós, os LGBTs, corremos com entraves a uma lei de proteção especifica. Quando ainda somos alvo de esdrúxulas comparações, quando políticos infelizes nos agridem ao vivo e a cores em debates políticos, quando não podemos expressar nossa individualidade, nossos sentimentos, sendo desrespeitados e alvo de chacota e da ignorância de indivíduos despreparados para uma convivência urbana e igual.
Por esse motivo, neste domingo (5), sua responsabilidade é muito grande. Você é ator principal na construção de um país mas justo, de uma democracia verdadeira e de uma representação política legitima. Quem representa você? Vote LGBT.
Luiz Felipe Rocha da Palma (Phil Palma) é publicitário. Nas “horas vagas” (às quartas) comanda o programa “Praia do Phil” pela Rádio Universitária FM, onde defende os LGBTs e denuncia a homofobia. Fale com o autor: [email protected]