A 20ª edição do Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória (Fenatevi) já tem data marcada. Será entre os dias 13 e 21 de outubro. Os grupos teatrais interessados em participar da programação do evento devem se inscrever, gratuitamente, até o dia 25 de setembro, no link. Serão escolhidas montagens locais e nacionais em diversas modalidades, gêneros e formatos, inéditos ou não, para público adulto e infantil.
As categorias são Oficial, Espetáculos Nacionais, Mostra Oficial e Mostra Paralela Vera Viana, totalizando 14 peças teatrais. A curadoria será feita por uma comissão formada por profissionais da área de artes cênicas e a equipe organizadora do evento. O resultado da seleção será divulgado nas redes sociais do Festival e também via e-mail dos contemplados, no dia 29 de setembro.
Comemoração
A produtora Elenice Moreira destaca que, este ano, a edição é comemorativa. “Estamos celebrando 20 anos de um evento de muito sucesso, que oportuniza, gratuitamente, o acesso da população à arte”, declara. De fato, o Fenatevi tem cumprido essa missão, com peças locais, nacionais e até internacionais gratuitas nos principais municipais da Grande Vitória, tanto nos equipamentos teatrais quanto nas ruas, como nas praças. Além disso, proporciona aprendizado e aperfeiçoamento de pessoas leigas interessadas em teatro a profissionais do ramo por meio de oficinas abertas ao público.
Homenageadas do CineMarias
A 3ª Mostra CineMarias, que acontece de 19 a 21 de setembro, no Cine Metrópoles, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), vai homenagear a liderança nacional indígena Txai Suruí, além de fazer homenagens póstumas para a palhaça Julieta Hernandez e a liderança indígena e quilombola Bernadete Pacífico. Durante a programação, também serão exibidos filmes nacionais e capixabas com premiações em dinheiro. O tema da edição deste ano é “Poéticas do fim do mundo”. A Mostra propõe um debate sobre outras formas de comunicar e difundir histórias, reverenciando as narrativas livres e os meios independentes que se colocam como novas plataformas de partilhas do sensível.
Txai Suruí
Além de ser homenageada, Txai Suruí participará do Painel “Justiça Climática pra quem?”, no dia 21, às 16h30, com a jornalista Veronica Goyzueta e Brunella Vieira, professora da Ufes. Em 2021, aos 25 anos, Txai Suruí foi a primeira indígena a discursar na abertura da COP 26. Defensora dos direitos dos povos indígenas e da preservação ambiental, ela é conselheira no WWF-Brasil, no Pacto Global da ONU, e colunista na Folha de S.Paulo. Em 2023, foi listada entre as 100 lideranças da nova geração pela revista Time e uma das mais influentes com menos de 30 anos pela Forbes.
Julieta Hernandez
Julieta Hernández, conhecida como Palhaça Jujuba, foi assassinada em dezembro de 2023, no Amazonas, rumo ao seu país de origem, a Venezuela, após 14 dias desaparecida. A artista chegou ao Brasil em 2016, percorreu o país com sua arte e foi defensora dos Direitos Humanos e da população migrante, atuando, inclusive, em Vitória, onde participou de espetáculos de palhaçaria e ações de cunho social, como arrecadação de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia da Covid-19. Ela também era bonequeira e uma grande humanista, trabalhando para descentralizar a cultura e formar uma rede de artistas na América Latina.
Bernadete Pacífico
Bernadete Pacífico era ialorixá e liderança da comunidade quiombola de Pitanga dos Palmares, na Bahia. Foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Simões Filho, nesse mesmo estado, e gerenciava uma associação com mais de 120 agricultores. Apesar da certificação em 2004, a titulação da comunidade não foi concluída antes de sua morte. Após a perda de seu filho, Flávio dos Santos, assassinado em 2017, Mãe Bernadete continuou a lutar por justiça e denunciar a violência. Foi executada a tiros em sua casa em agosto de 2023, aos 72 anos.
Música e revolução
No dia 20 de setembro, as 20h30, haverá o bate-papo com o tema “Música e Revolução: criação, quebra de padrões estéticos e resistência cultural num país chamado Brasil”, com as integrantes da banda Metá Metá, formada por Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (guitarra) e Thiago França (saxofone). Será debatida a música brasileira a partir de um território fértil de criação, revolução e novas formas de representação. Além disso, a banda fará uma apresentação musical no encerramento da Mostra, no dia 21. A série de shows marcada para a data começará a partir das 21h, com performances de Branú, Caju, Eloá Puri, Madeusa e Festa Selecta Rara.
Exposição de artes
O Trapiche Gamão, no Centro de Vitória, reaberto em julho último após ter sido fechado por causa da pandemia da Covid-19, trouxe de volta sua galeria de arte e irá reabrir a cafeteria junto à inauguração de uma exposição que rememora os artistas que participaram da primeira fase do empreendimento. Denominada Retrospectiva Trapiche Gamão, a exposição, que tem início na próxima quarta-feira (18), às 18h, traz novamente os artistas que já expuseram no local, mas com novas obras.
Quem são
Os artistas cujas obras serão expostas são Gilbert Chaudanne, francês de Besançon, que adotou Vitória e também o Mestre Álvaro, com o qual identificou o monte “Chaudanne”, na sua cidade natal, que escolheu como pseudônimo. Outra artista é Tania Calazans. Seu trabalho parte do desenho, colagem, infogravura e, em menor escala, pintura, utilizando os recursos do mercado gráfico. Também faz parte da exposição Jorge Solé, gaúcho, capixaba por adoção, pintor, mosaicista, ilustrador e artista gráfico.
Quem são II
Na exposição também haverá obras de Wagner Veiga, desenhista e aquarelista de grande sensibilidade para captar as cores e o clima que retrata, e de Raquel Falk, aquarelista e professora. Autodidata, muito antes da formação acadêmica ela iniciou criando painéis para teatro amador e festas de aniversário. Raquel traz para a exposição Retrospectiva Trapiche Gamão a pungência do mundo dos povos originários.
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