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Abertura foi marcada por filmes locais e homenagem a José Augusto Loureiro

Talvez seja vista como uma má escolha o uso, por mais um ano, do Theatro Carlos Gomes para sediar as principais atrações desse ano do 22° Festival de Cinema de Vitória – Vitória Cine Vídeo, já que o local foi pequeno para a quantidade de pessoas que prestigiaram a abertura oficial com homenagem ao ator e diretor José Augusto Loureiro. Entretanto, há de se destacar também que é positivo que o evento esteja no Centro de Vitoria, exatamente na época do Viradão Vitória, novamente por mais um ano, o que movimenta o espaço e integra públicos. 
 
Aberto com empolgação pelos atores nacionais Zéu Britto e Leonardo Medeiros, o festival resgatou as principais conquistas e realizações de Loureiro ao apresentar um minidocumentário (foto à esq.) com o artista – que tem na carreira mais de 70 trabalhos no meio audiovisual. No vídeo é o próprio ator que fala de sua aproximação com a interpretação, contando que inicialmente ligou-se ao teatro por encantar-se mais com as pessoas envolvidas no meio, do que propriamente a atuação – percepção que mudou muito ao longo do tempo. 
 
Policarpo Quaresma, Herói do Brasil, de 1998, foi uma das obras que Loureiro participou e teve seu nome reconhecido nacionalmente pelo trabalho. Cenas do filme foram mostradas enquanto o ator falava sobre os desafios de envolver-se na obra. Logo após o término do minidocumentário, o ator e diretor subiu ao palco do Carlos Gomes e agradeceu à família e aos amigos pelos aplausos e pela confiança no trabalho que ele exerce há 52 anos. 
 
A primeira mostra que abriu a sessão de filmes dessa edição do Festival foi a 4ª Mostra Foco Capixaba, que privilegia vídeos produzidos por realizadores locais. Uma das curiosidades da mostra são os realizadores predominantemente jovens, na maioria oriundos do recente curso de Cinema da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
 
 
O primeiro curta-metragem a ser apresentado foi Dinossauros (foto acima), de Eduardo Madeira, que contou ter realizado o filme pela desenvoltura da atriz-mirim Sofia Alcântara – que inclusive esteve na sessão. A menina estrela a história de uma garotinha autista que deseja ser um dinossauro e, diante disso, todos os acontecimentos ao seu redor estão envoltos nas imaginações férteis da criança. Dinossauros chama atenção pela bela fotografia que destaca planos detalhados, também pela tecnologia envolvida no trabalho e por ter sido todo filmado todo no Centro de Vitória. 
 
Insular, de Tati W. Franklin, segunda obra exibida da noite, foi muita aplaudida pelo público. O enredo narra a história de uma família que vive numa ilha afastada de Vitória. Tati, ao apresentar o filme, destacou que a obra era um convite à observação da vida e rotina de uma família e, deveras, ele é. Repleto de cenas com pouquíssimos diálogos, Insular registra como aquela família vive, em uma casa simples e rodeados de cachorros; crianças que fazem das pedras e natureza seus brinquedos e diversões; e a sobrevivência da pesca, do sururu. 
 
Houve ainda a exibição da ficção Distopia, dirigida por Tatiana Rabelo e Rodrigo Linhales, com roteiro de Jovany Sales Rey, um filme imerso na ficção de fantasia e com fotografia detalhista. Em seguida foi a vez de A própria cauda, de Virgínia Jorge, com um roteiro extremamente criativo e bem construído. 
 
A noite foi fechada com o documentário Invisível, de Diego de Jesus – que apresenta torcedores de futebol no Espírito Santo e emenda na dificuldade de reconhecimento dos times locais – e com a ficção de Saskia Sá, Exílio, filme que destaca uma mulher presa em suas próprias lembranças e medos, presa em um lugar que não é a realidade. 

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