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Análise: O Ditador

 

Produções estadunidenses, mesmo quando querem criticar seus próprios defeitos, criam e repetem outros, entrando assim numa eterna crítica de si mesma (talvez este seja um novo nicho de mercado – a crítica da crítica).

Quando o gordinho Michel Moore resolve enfrentar os rifles, o sistema de saúde ou o ex-presidente, cria uma linguagem antipática, própria dos que se definem como donos do mundo, ampliando assim os que estão contra tais táticas. 

O mesmo se pode dizer dos Simpsons, South Park ou qualquer série nova que usa da ironia (não serão todas as séries atuais?) para criticar o sistema e chamar assim atenção sem propor uma nova fórmula para o problema.

 
General Aladeen (Sacha Baron Cohen) enfrenta uma grande oposição em seu país, a República de Wadiya, que já sensibilizou a ONU para forçar o fim da ditadura no país. Aladeen tem agora que ir à sede da ONU acatar ou propor uma nova constituição.
 
A analogia do Ditador com políticos que não se encontram no mesmo eixo dos EUA é nítida, desde a dedicatória ao presidente Coreano Kim Jong Il às gags dedicadas ao presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad (no cargo há somente sete anos). 
 
Mostrando uma extensa pesquisa nos meios de comunicação estadunidense, o filme expõe todas as teorias denigridoras da suposta democracia, contra às visões mais limítrofes da ditadura.
 
Colocando todos os regimes (“dos EUA pra baixo tudo são árabes”) na mesma definição, alinhados com o eixo do terror (definição tão infantil e supérflua quanto à nação que criou a definição) e com as coisas vis do mundo.
 
Sacha Baron Cohen é um ator medíocre que ultrapassa os limites da carreira e assume-se em cada personagem um típico cínico contemporâneo. Sem se importar com definições, valores ou tradições, rompe todas as regras a caminho do sucesso. Um típico Jackass.
 
O filme é um besteirol do começo ao fim. Assim como seus filmes mais famosos (Borat, 2006; Bruno, 2008) utiliza os mesmos clichês cômicos para arrancar algum sorriso. Com tom didático e se necessário explicando as piadas machistas, etnocêntricas e racistas, permanece fiel ao seu estilo Hermes e Renato.
 
A grande produção se vale de vários figurantes, locações esdrúxulas e uma direção de arte no mínimo custosa, tudo para se afogar num roteiro deficiente e com piadas somente baseadas na ironia. O lado visual também falho se enfraquece com uma atuação tão grandiloquente como didática. Uma câmera que insiste em realizar zooms e mover sem necessidade, não encontrando nada interessante ou útil a narrativa.
 
Um filme ruim, mas que, devido ao sucesso sem pé nem cabeça do comediante Sacha, que também assina a direção e o roteiro, anda causando estardalhaço nas bilheterias. Nada como o marketing para vender o que quer que seja.
 
Serviço
O Ditador (The Dictator, EUA, 2012, 82 minutos, 14 anos) 
 
Cine Kinoplex – Shopping Praia da Costa: Sala 6. 17h, 19h10, 21h20. DUBLADO. 
Cinemark – Shopping Vitória: Sala 1. 18h10 e 20h20. Sexta e sábado também 23h50. Sábado e domingo também 11h. Terça e quinta 18h10.

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