Uma coleção de fotografias que mostra o cotidiano de famílias pomeranas no Espírito Santo foi doada ao Arquivo Público do Estado pela historiadora Regina Rodrigues Hess. As imagens apresentam as casas, lavouras, atividades religiosas e festividades, trazendo à cena aspectos da identidade e cultura dos imigrantes. Os pomeranos, que chegaram ao Brasil a partir da segunda metade do século XIX, têm hoje a sua língua oficializada, junto ao português, em cinco municípios capixabas.
A Pomerânia era um espaço limítrofe entre a Europa e o Mar Báltico. A historiadora Cione Marta Raasch Manske, no livro Pomeranos no Espírito Santo, destaca que o solo fértil, a diversidade hídrica e a localização estratégica desencadearam disputas pela posse da terra no século X, deixando-a marcada por guerras, epidemias e fome. A imigração, neste contexto mostrou-se como uma opção para a sobrevivência. No século XIX, conforme destaca a autora, mudanças políticas, econômicas e sociais contribuíram de forma significativa para o agravamento da situação de crise. A instabilidade social gerada pelo desemprego impulsionaram os pomeranos a imigrarem para o Brasil, primeiramente em Santa Catarina e no Espírito Santo, onde desembarcaram na década de 1850.
Para conhecer essas e outras fotografias que fazem parte da memória capixaba, o Arquivo Público dispõe de um banco com aproximadamente 50 mil imagens. Nelas há registros dos atos oficiais dos governadores, paisagens, arquitetura urbana, festas populares, dentre outros temas. A pesquisa e digitalização dos documentos podem ser solicitadas na sala de consultas do Arquivo Público, que fica no Centro de Vitória.
Serviço
O acervo fotográfico do Arquivo Público tem funcionamento de segunda à sexta-feira, das 10h ás 17h30, na rua Sete de Setembro, 414, Centro de Vitória. A entrada é livre.